O país sul-americano é o terceiro maior fornecedor de milho do mundo e maior exportador de farelo de soja, enquanto as exportações agrícolas são chave para gerar divisas na Argentina, país minado por três anos de recessão.
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“Trata-se de um evento que ocorre uma vez em cem anos. Esse é o tipo de frequência que estamos olhando”, disse Isaac Hankes, um analista meteorológico da Refinitiv.
Na última segunda-feira (9), o relatório do painel do clima das Nações Unidas apontou que a mudança climática está tornando os eventos climáticos extremos mais comuns.
Um meteorologista disse à Reuters que a situação poderia “piorar ainda mais depois da estação chuvosa“, que geralmente começa no final de setembro.
Os custos de logística estão aumentando à medida que mais soja e milho devem ser transportados de caminhão para os portos atlânticos de Bahia Blanca e Necochea, no sul da província de Buenos Aires, onde os navios fazem uma parada final para completar a carga antes de sair para o mar.
“Precisaríamos de algo como 130% da precipitação normal entre agora e fevereiro para reabastecer os níveis dos rios. Algo menor que 100% seria uma má notícia para a bacia do rio, e entre agora e fevereiro esperamos talvez 80% do normal de chuva”, disse Hankes.
“Esperamos ver uma tendência mais úmida assim que entrarmos em outubro e novembro, que normalmente seria mais úmido. Mas, depois disso, nossas melhores indicações agora são que podemos ver um padrão semelhante ao do último ano”, acrescentou Hankes.
“Pode até piorar após a estação das chuvas”, disse German Heinzenknecht, meteorologista da consultoria Applied Climatologia.
“Este nível raso do curso d’água é histórico, e é difícil prever quando poderá ser revertido “, acrescentou Heinzenknecht.
Um importante executivo argentino de uma empresa internacional de grãos com grande operação de esmagamento em Rosário concordou que a crise do Paraná provavelmente continuará no ano que vem.
“A situação continuará crítica até outubro, melhorando no final do quarto trimestre e no primeiro trimestre. Mas a partir de abril em diante, quando a colheita de soja e milho da Argentina começa, e o maior número de navios de carga são esperados, o rio em Rosário estará de volta a um cenário semelhante ao de 2021”, afirmou. (Com Reuters)
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