A Datagro apontou potencial de produção entre 530 milhões e 565 milhões de toneladas de cana para 2022/23, ante 518,6 milhões de toneladas projetadas para a safra atual 2021/22, quando a consultoria viu perdas da ordem de 90 milhões de toneladas, principalmente por problemas climáticos.
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O presidente da Datagro, Plinio Nastari, reforçou que a perda de 2021/22 em volume “nunca foi vista”, citando uma temporada marcada por severa seca, que já foi seguida de anos de chuvas fracas, além de três geadas no último inverno.
As questões que impactaram a produção na temporada atual, portanto, ainda continuarão tendo efeitos no ano-safra seguinte, de abril a março.
“O volume de cana deve voltar aos patamares de 20/21 somente em 23/24. Então ainda não é o ano que vem”, disse Nastari.
Ele disse que a originação e custos de insumos e maquinários também são desafios. “Hoje tem uma dificuldade enorme para encontrar trator e colhedoras, implementos em geral”, afirmou, sem detalhar. “O foco vai continuar sendo controle de custos.”
Apesar de considerar a safra atual como uma das “mais desafiadoras da historia”, os preços têm sido compensadores e indicam que o setor poderá ter quatro anos de boas receitas, afirmou o analista.
“Não me lembro de ter visto quatro anos consecutivos de preços bons”, disse ele, lembrando que em geral cotações mais altas duram no máximo um ano e meio.
AÇÚCAR
Já a produção de açúcar do centro-sul em 2022/23 foi estimada pela Datagro entre 31,6 milhões e 33,7 milhões de toneladas, podendo avançar na comparação com o volume estimado para 2021/22, de 31,9 milhões de toneladas.
A Datagro ainda estimou produção total de açúcar na safra atual no maior exportador global em 34,9 milhões de toneladas, considerando uma fabricação de 3 milhões de toneladas no Nordeste.
A produção de etanol de cana do Brasil cairá de 29,9 bilhões de litros em 20/21 para 26 bilhões de litros em 21/22, segundo o analista da Datagro, que não comentou sobre a projeção para 2022/23. (Com Reuters)