Segundo a CropLife Brasil, associação que atua nas áreas de germoplasma, biotecnologia, defensivos químicos e produtos biológicos – com pesquisa da consultoria Blink Projetos Estratégicos –, o setor de bioinsumos deve crescer 33% em 2021, com faturamento estimado em R$ 1,7 bilhão. Para 2030, a estimativa é de R$ 3,7 bilhões.
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Para os executivos, outro fator que deve impulsionar a utilização de biodefensivos é a conscientização sobre o uso desse tipo de produto e também pela necessidade. Para Pedrazzoli e Herrmann está aí a oportunidade. “Poucos clientes hoje chegam por amor. Eles estão vindo para o biológico porque não estão encontrando soluções em outras ferramentas, como químicos”, afirma Hermann. “As grandes empresas vão, cada vez menos, lançar produtos regionais, elas lançam produtos globais.”
O executivo dá como exemplo uma praga do milho, a cigarrinha (Dalbulus maidis), inseto sugador de seiva capaz de causar danos diretos e indiretos às plantas e que hoje é a praga mais temida pelos produtores. Ela tem tirado o sono dos agricultores nos últimos anos, podendo causar perdas de até 90% em produtividade. “Nenhuma das grandes empresas vai querer gastar US$ 200 milhões do desenvolvimento de uma molécula que resolva um problema de US$ 100 milhões no Brasil”, diz Hermann. “Agora, para o biológico, esse negócio é grande. Então, a gente desenvolveu um bioinseticida para a cigarrinha do milho que resolve a dor do produtor. Acho que essa tendência natural está colocando a gente na mesa.”
A ocupação de espaços de mercado está no DNA da Koppert. O criador da marca, o agricultor holandês Jan Koppert lá no final dos anos 1960, enfrentava problemas de pragas e doenças em seu cultivo de pepinos quando foi em busca de uma alternativa para os pesticidas. Desde então, a Koppert Biological Systems abriu filiais em mais de 30 países, com receita global estimada em R$ 1,3 bilhão em cotação atual (€ 200 milhões). Está no Brasil desde 2011 porque Pedrazzoli e Herrmann, ex-sócios da Bug Agentes Biológicos (mais tarde absorvida pela Koppert) viram que a história poderia se repetir no país, mas em outra dimensão de mercado pelo tamanho do agronegócio local. “Quando pensamos em trazer o conceito para desenvolver a Koppert aqui, a principal preocupação [da matriz] era ‘eu vendo um produto para controlar uma doença aqui por € 500/hectare no morango. No Brasil, o mesmo produto tem que ser vendido a € 6/hectare para soja, porque se não o agricultor não compra’; Como serei lucrativo?”, diz Pedrazzoli, sobre o período de namoro com a Koppert, anterior a 2011.