Fabricantes de uísque irlandês e chocolate belga e marcas europeias de café estão se apressando para poder cumprir novos regulamentos chineses para alimentos e bebidas, e muitos temem que seus produtos não consigam entrar no mercado gigantesco até o prazo de 1º de janeiro.
A agência alfandegária da China publicou novas regras de segurança alimentar em abril, estipulando que todas as instalações de fabricação, processamento e armazenamento de alimentos no exterior precisam se registrar até o final do ano para que seus produtos tenham acesso ao mercado chinês. Mas procedimentos detalhados explicando como obter os códigos de registros exigidos só foram emitidos em outubro, e um site para que empresas se registrem por conta própria começou a funcionar no mês passado.
As importações de comida pela China aumentaram nos últimos anos em meio a uma demanda crescente de uma classe média imensa. Elas chegaram a 89 bilhões de dólares em 2019, de acordo com um relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o que faz do país asiático o sexto maior importador de alimentos do mundo.
A China tenta implantar novas regras que cobrem importações de comida há anos, o que provoca a oposição de exportadores. A Administração Geral de Alfândegas da China (GACC), que supervisiona a versão mais recente das regras, dá poucas explicações no que diz respeito à razão pela qual todos os alimentos, até aqueles considerados de risco baixo, como vinho, farinha e azeite de oliva, são cobertos pelas exigências.
Especialistas dizem se tratar de um esforço para supervisionar melhor os volumes enormes de comida que chegam aos portos chineses e para atribuir a responsabilidade da segurança alimentar aos fabricantes, e não ao governo.
O órgão “estudou plenamente e aceitou ativamente as sugestões sensatas” e obedeceu rigidamente acordos da Organização Mundial do Comércio (OMC) a respeito da implantação de medidas de segurança alimentar, disse, acrescentando que também respondeu perguntas das empresas.
A União Europeia enviou quatro cartas à alfândega neste ano pedindo mais clareza e mais tempo de implantação, disse Damien Plan, conselheiro de agricultura da delegação do bloco em Pequim.