Em uma projeção preliminar, a pesquisadora da área de macroeconomia do Cepea Nicole Rennó disse que o PIB do setor pode cair de 4% a 6% no cenário mais pessimista, e subir até 5% na melhor perspectiva.
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Ela afirmou que as despesas elevadas já atingiam o agro no ano passado. “E a situação foi agravada por conta dos fertilizantes, (com o conflito) da Rússia”, acrescentou.
“Agora, os custos com fertilizantes, energia, combustíveis e, se a gente pensar na pecuária, preços dos grãos que devem continuar firmes, representam mais custos para o setor como um todo.”
A especialista ainda destacou que a demanda doméstica tende a continuar fraca, fator que pesa sobre a pecuária. Embora as exportações sejam um importante impulsionador dos resultados do segmento de carnes, disse ela, a maior parcela da produção é destinada ao consumidor brasileiro.
Balanço
A quebra de safra de milho e resultados negativos na pecuária também limitaram o crescimento anual.
Ainda assim, o agronegócio alcançou participação de 27,4% no PIB brasileiro, a maior desde 2004 –quando foi de 27,53%.
Segundo o levantamento, o setor agrícola registrou alta de 15,88%, enquanto a pecuária recuou 8,95% no ano passado.
O centro de estudos afirmou que o avanço da renda na agricultura só não foi ainda maior por conta do também expressivo incremento dos custos de produção, que, por sua vez, elevou o desempenho do segmento de insumos.
“Esse crescimento refletiu, em grande medida, a alta importante dos preços de fertilizantes e de máquinas agrícolas (mas o aumento da produção nacional de fertilizantes, defensivos e máquinas agrícolas também impulsionou os resultados)”, acrescentou.
Além dos preços elevados de animais vivos, a quebra na segunda safra de grãos do ano passado elevou os custos com milho, matéria-prima utilizada na ração utilizada na pecuária.
“Ademais, a menor produção de boi gordo também influenciou negativamente o PIB pecuário”, afirmou o Cepea.
Na véspera, o IBGE informou que os abates de bovinos do Brasil recuaram 7,8% em 2021, configurando o segundo ano consecutivo de queda, em meio à estratégia de retenção de fêmeas.
Considerando o PIB do agronegócio como um todo, o primeiro semestre registrou desempenho positivo e o segundo teve desempenho adverso. “Ressalta-se que, no último trimestre de 2021, especificamente, o PIB do agronegócio brasileiro chegou a cair, 2,03%, influenciado sobretudo por uma piora nos preços reais do setor.”