Ao que a pesquisa indica, este transplante biológico pode melhorar a produtividade das lavouras em até 30%. A Embrapa afirma que isso é possível através da alteração da microbiologia da rizosfera, a região do solo influenciada pelas raízes das plantas. Ou seja, a transposição ou inclusão de bactérias e fungos de uma área produtiva pode potencializar os resultados do produtor que possui solos agrícolas degradados.
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O conceito foi testado em uma ampla variedade de culturas de interesse comercial — como milho, soja, feijão e cenoura — e respondeu com aumentos de produtividade em condições reais de cultivo entre 10% e 30%, inclusive com melhoria no desempenho da resistência a doenças e pragas de algumas lavouras, com redução de uso de defensivos agrícolas em algumas situações.
Para realizar a pesquisa, os pesquisadores da Embrapa selecionaram lavouras de alta produtividade, sem problemas fitossanitários, para serem doadoras de solo com carga microbiana positiva. Esse solo especial, então, foi adicionado a substratos organicamente preparados e acondicionados em sacos para o cultivo das plantas sadias.
Depois, os microrganismos foram extraídos das plantas doadoras saudáveis e estabilizados em um pó solúvel em água que pode ser aplicado por tratamento de sementes ou pulverização foliar, dependendo do tipo de cultura.
Com as diferenças microbianas, a nova técnica abre a possibilidade para a criação de diversos novos produtos para cada tipo de cultura. E é aí que a Revbio se encaixa. A empresa de fertilizantes microbiológicos e parceira do estudo tem a tecnologia licenciada para desenvolver o processo de produção e tornar o produto comercializável.
“O resultado tem se mostrado consistente e promissor. Nosso produto age como se fosse um colostro materno, rico em praticamente tudo do que a planta necessita para desenvolver seu sistema imunológico, gerando uma planta adulta mais saudável e produtiva”, afirma Pedro Carvalho, fundador da Revbio e engenheiro bioquímico graduado pela USP (Universidade de São Paulo).