Agora, diante de uma escassez global de fertilizantes comerciais agravada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, mais produtores dos EUA estão batendo à sua porta em busca de esterco.
“Gostaria que tivéssemos mais para vender”, disse Sandquist, fundador da Natural Fertilizer Services Inc, uma empresa de gerenciamento de nutrientes com sede no Estado norte-americano de Iowa. “Mas não há o suficiente para atender a demanda.”
Não apenas mais agricultores dos EUA estão caçando suprimentos de esterco para esta temporada de plantio, alguns pecuaristas que vendem resíduos estão esgotados até o final do ano, de acordo com o consultor do setor Allen Kampschnieder.
“O estrume é realmente uma commodity quente”, disse Kampschnieder, que trabalha para a Nutrient Advisors, com sede em Nebraska. “Temos listas de espera.”
Os preços altíssimos dos fertilizantes industriais devem reduzir as plantações de milho e trigo dos agricultores norte-americanos nesta primavera do hemisfério norte, segundo dados do governo dos EUA. Isso ameaça ainda mais o abastecimento global de alimentos, já que os estoques domésticos de trigo são os mais baixos em 14 anos e a guerra Rússia-Ucrânia está prejudicando os embarques de grãos desses importantes fornecedores.
Também é altamente regulamentado por autoridades estaduais e federais, em parte devido a preocupações com impactos nos sistemas hídricos.
O esterco pode causar sérios problemas se contaminar córregos, lagos e águas subterrâneas, disse Chris Jones, engenheiro de pesquisa e especialista em qualidade da água da Universidade de Iowa.
Os criadores de gado dizem que é um trabalho pesado cumprir todas as regras do governo e acompanhar como o esterco é aplicado.
Em Wisconsin, três produtores de leite disseram à Reuters que recusaram pedidos de compra de esterco enviados por mensagens de texto e Twitter.
A Phinite, com sede na Carolina do Norte, que faz sistemas de secagem de esterco, diz que está atendendo a solicitações de produtores de lugares distantes como Minnesota, Illinois, Iowa e Indiana.
A Smithfield Foods, maior produtora de carne suína do mundo, notou a mudança nas fazendas de suínos dos EUA que abastecem seus matadouros.