Para elevar a estimativa de exportação, a Abiove reduziu os estoques finais em 100 mil toneladas, para 522 mil toneladas de óleo de soja, uma vez que manteve a estimativa de produção em 9,7 milhões de toneladas e o consumo interno em 7,9 milhões de toneladas.
“O volume é decorrente da maior demanda internacional pelo produto. Sobre este aspecto, as razões são o conflito no Leste Europeu e seus impactos no óleo de girassol, os reflexos das medidas restritivas à exportação de óleo de palma e a maior demanda por óleo vegetal na Índia”, afirmou a associação em nota.
Segundo a associação que representa indústrias e tradings no país, se a previsão for confirmada, será o maior volume exportado em um ano pelo Brasil desde 2008 (2,3 milhões de toneladas). No ano passado, a exportação de óleo somou 1,65 milhão de toneladas.
O Brasil chegou a exportar um recorde de 2,7 milhões de toneladas em 2005, mas desde então passou a vender menos ao exterior, direcionando maior produção ao biodiesel, cuja mistura no diesel está em patamares menores este ano por uma decisão governamental, visando limitar a alta na commodity também usada para fins alimentícios.
Apesar de manter as previsões de volumes exportados de soja e farelo de soja, a Abiove elevou a previsão de receita com exportações do complexo do Brasil (grão, farelo e óleo), diante de preços mais altos, para novo recorde de 57,95 bilhões de dólares em 2022.
A Abiove manteve a previsão de processamento de soja do Brasil em recorde de 48 milhões de toneladas em 2022, depois de um ritmo de produção de farelo e óleo no primeiro trimestre acima do reportado no ano anterior.
As projeções de exportação de farelo de soja foram mantidas em recorde de 18,3 milhões de toneladas em 2022, enquanto o consumo interno foi estimado em 18,1 milhões de toneladas, também sem alteração ante abril, mas com uma queda ante 2021 (19,2 milhões de toneladas).
A Abiove também fez um leve ajuste na estimativa de safra de soja do Brasil em 2022, para 125,4 milhões de toneladas, 100 mil a mais que na previsão de abril, mas uma queda expressiva na comparação com o recorde de 2021 (138,86 milhões de toneladas) após a seca no último verão.
Os estoques finais de soja do Brasil foram estimados em 2,58 milhões de toneladas em 2022, ante 2,43 milhões na previsão de abril.