O Brasil busca espaço no mercado de castanhas e nozes, com suas castanhas nativas no papel de porta bandeiras. O potencial de mercado está acima de US$ 1 bilhão para o país, valor que o Chile tem alcançado com facilidade em suas exportações.
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No caso da noz pecã, um fruto quase desconhecido na maior parte do país, e ainda pouco consumido localmente, o Brasil já é o quarto maior produtor mundial, atrás de Estados Unidos, México e África do Sul. Na safra encerrada, a produção de 6.000 toneladas representou um recorde. Cultivada nos estados do Sul, com o Rio Grande do Sul à frente com 70% da produção, os produtores esperam abrir mercado em Dubai.
Nove empresas brasileiras para vender nozes e castanhas confirmaram presença na feira. Não por acaso, depois de cerca de 15 horas de voo, Edson Ortiz, 52 anos, dono da marca de noz pecã Divinut, única representante da fruta no evento, desembarcou em Dubai disposto a abrir mercados.
A Divinut, com cadeia verticalizada – da fazenda ao consumidor – produz no município gaúcho de Cachoeira do Sul, em uma região de intenso cultivo de arroz e soja. Para manter de pé o projeto que já completou duas décadas, a marca faz parcerias com produtores da região na compra das nozes, montou um viveiro de mudas e presta assistência técnica.
“São nozes descascadas, dentro de um padrão norte-americano do FDA, um padrão com largas exigências, normas e testes de laboratórios, tanto que já entramos no mercado europeu com esse tipo de produto”, afirma Ortiz.
Iniciada em 2020, as vendas para o exterior começaram pela Itália. Neste ano, elas foram para a Espanha.“O universo das nozes e castanhas é amplo, o mercado é dinâmico e está em constante expansão. Estamos em um excelente momento para buscar oportunidades no setor, fazer novos contatos e fechar negócios”
Mundo das castanhas e nozes
Um público de cerca de 1.100 profissionais da indústria desse segmento é esperado para o congresso mundial, único evento internacional exclusivamente dedicado à castanha e frutos secos.
Nos últimos dez anos, a produção global de nozes e castanhas (base kernel, exceto pistache com casca) seguiu uma trajetória ascendente e atingiu mais de 5,1 milhões de toneladas na safra 2021/2022, uma queda de 6% ante o recorde da temporada anterior, mas 50% acima de dez anos atrás.
Amêndoas e nozes europeias representaram 32% e 19% da produção, respectivamente, seguido de caju (17%), pistache (15%) e avelãs (11%). As demais nozes, macadâmias, pinhões e a castanha do Pará somavam os 6% restantes.
O consumo global deste segmento, estimado em 5,2 milhões de toneladas por ano, aumentou a um ritmo médio de 210.800 toneladas por ano, na década.
As frutas secas também tiveram um mercado ascendente e forte. Foram produzidas no mundo 3,1 milhões de toneladas na safra 2021/22, para um consumo atual estimado em 3,2 milhões de toneladas, o que requer uma gestão apertada dos estoques de passagem. O crescimento representa um acréscimo médio de 63.900 toneladas por ano, em relação à década anterior.