Antes da queda desta semana, os futuros do cacau negociados na bolsa ICE — e usados como referência para precificar a amêndoa em todo o mundo — quase triplicaram de valor este ano graças ao clima adverso e a doenças nos principais produtores, como Costa do Marfim e Gana.
A alta deixou muitos participantes do mercado físico sem dinheiro e até mesmo afastou os fundos de hedge, disseram os negociantes, deixando o mercado nas mãos de algorítmicos de fundos “day trading” programados para seguir sinais técnicos semelhantes.
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“Há alguma notícia concreta que tenha impulsionado o mercado até aqui? Não”, disse Jonathan Parkman, chefe de vendas agrícolas da Marex.
“A posição de Nova York é minúscula, um recorde de baixa nos tempos modernos. A falta de liquidez vai movimentar o mercado de forma desproporcional em ambas as direções”, explicou.
Os futuros de julho do cacau em Londres negociados na bolsa ICE caíram quase 15% na segunda-feira (29), sua maior perda em um dia.
O mercado está concentrado no desenvolvimento da safra da Costa do Marfim e de Gana, algo que ficará mais claro nos próximos dois meses, alertando os investidores sobre a possibilidade ou não de uma recuperação na próxima temporada.
Os dois países juntos produzem quase 60% do cacau do mundo e, com suas perspectivas de safra ainda obscuras por enquanto, não há novos fatores fundamentais que impulsionem os preços, e os suprimentos continuam extremamente apertados.
O ING observou que a queda de preços de segunda-feira ocorreu após uma medida tomada na semana passada pela bolsa ICE para aumentar as margens iniciais dos futuros de cacau em 23% por contrato. É provável que esse aumento reduza ainda mais a liquidez.