O presidente-executivo da unidade brasileira da trading de commodities Louis Dreyfus disse hoje (28) que, se a sociedade quiser combater o desmatamento seriamente, mecanismos precisam ser implementados para compensar os agricultores pela conservação das matas dentro das propriedades agrícolas.
Murilo Parada disse a uma plateia no World-Agritech South America Summit em São Paulo que o desenvolvimento de um mercado de carbono seria fundamental para proteger o meio ambiente e conter as mudanças climáticas em um dos maiores produtores de alimentos do mundo.
“Precisamos criar incentivos para o agricultor, para o agricultor que precisa produzir mais”, disse Parada.
O Brasil já tem leis ambientais que protegem a maioria das áreas florestais, disse Parada, acrescentando que cabe ao produtor cuidar das matas dentro das fazendas.
Ele também afirmou que dizer aos agricultores que não desflorestem, mesmo que legalmente eles possam fazer isso conforme os percentuais de área definidos na legislação, “é um desafio do setor privado”.
Parada disse que o fortalecimento dos mercados voluntários de carbono, por meio dos quais incentivos financeiros serão canalizados para agricultores no Brasil –o maior produtor mundial de alimentos básicos como soja, café e açúcar– é o caminho a seguir.
Ele disse que o governo e o setor privado precisam fazer um trabalho melhor na promoção dos esforços de agricultura sustentável do país.
Por exemplo, a maior parte da produção brasileira já é com “plantio direto”, uma técnica agrícola que melhora o solo e mitiga as mudanças climáticas, enquanto o Brasil também faz rotação de culturas.
“Precisamos fazer mais apenas para mostrar como estão os sistemas de produção no Brasil”, disse ele, defendendo uma melhor mensuração e apresentação dos dados, tanto pela iniciativa privada quanto pelo governo.
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