Em relatório à parte, a consultoria também reduziu as expectativas para o saldo global de açúcar e passou a prever um superávit de 3,3 milhões de toneladas, contra 4,1 milhões na previsão anterior, que havia sido a primeira para a safra mundial 2022/23, cujo calendário tem início em outubro.
No Brasil, a queda na moagem de cana é consequência de um atraso no início do processamento, com produtores tentando aumentar a produtividade após efeitos de um clima adverso em 2021, disse a StoneX.
“Ao contrário da temporada anterior, em que o clima seco e as geadas prejudicaram a produtividade das lavouras, o retorno das chuvas desde o último trimestre de 2021 tem favorecido o desenvolvimento dos canaviais, trazendo um sentimento otimista para o setor”, disse a consultoria em relatório.
O grande volume de chuvas, por outro lado, levou a uma redução no Açúcar Total Recuperável (ATR) médio da cana, de 140,6 quilos para 139,9 quilos por tonelada colhida. O novo número para o ATR também é inferior aos 142,9 quilos por tonelada registrados na safra passada.
A produção de açúcar da região foi estimada em 33,3 milhões de toneladas, diminuição de 600 mil toneladas frente a estimativa anterior, na esteira do corte de projeções para a moagem de cana. Em base anual, há alta de 3,8%.
Do total, cerca de 16,2 bilhões de litros referem-se ao etanol hidratado e 9,1 bilhões ao anidro. De modo geral, a produção do biocombustível de cana deve apresentar um aumento de 5,1% em relação à safra 2021/22.
Isso porque o mix de produção das usinas continua mais alcooleiro, com 55,2% da matéria-prima destinada à fabricação do biocombustível, percentual estável ante a projeção anterior e acima dos 55% na temporada passada, disse a Stonex.
No mercado de etanol de milho, a consultoria destacou que os investimentos são crescentes no Centro-Oeste e o esmagamento do grão continua extremamente favorável às usinas da região. A produção foi estimada em 4,5 bilhões de litros, versus 4,2 bilhões no levantamento anterior, e 29,8% acima da safra passada.
Balanço do açúcar
Potenciais perdas nos Estados Unidos e na Europa, por sua vez, devem limitar a oferta do adoçante nesses próximos meses. Diante disso, a produção total da commodity é estimada em 193,8 milhões de toneladas, avanço anual de 2,8% frente ao estimado para 2021/22.
Do lado da demanda, o consumo de açúcar deve crescer 1,1%, mas continua limitado por diversas questões, como a Covid-19 em algumas regiões da China, a inflação global e expectativas de recessão nas economias.
A StoneX ainda disse que o corte no saldo, para superávit de 3,3 milhões de toneladas, foi puxado principalmente pela retração nas estimativas dos Estados Unidos e de Cuba. Os estoques finais, por sua vez, devem crescer no comparativo anual para 77,8 milhões de toneladas, alta de 4,5%.