Brasil recebe primeiro investimento para produzir wasabi em escala

8 de agosto de 2022
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Planta originária de países frios é de difícil cultivo em escala

Diversificar está na base das atividades das pequenas propriedades rurais. De produtores de flores, hortaliças e mudas, nos últimos anos a família Abuno, em Pilar do Sul, município a cerca de 150 quilômetro de São Paulo, passou a ser conhecida entre renomados chefs de cozinha como os únicos produtores de wasabi do país, considerada uma iguaria japonesa até mesmo no seu país de origem.

Atualmente, a família, que criou a marca Minato Wasabi, produz apenas sete quilos por mês da planta conhecida como Wasabi japonica, que cresce naturalmente à beira de rios de países como China, Taiwan, Coreia, Nova Zelândia, além do Japão. Mas agora eles acreditam ser possível virar esse jogo. Com investimento de R$ 650.000, aporte realizado pela venture builder WBGI, a estimativa é de que a produção salte para 60 quilos mensais de wasabi, até o final de 2023.  O investimento é inédito no país.

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O investimento vem sendo administrado pelo engenheiro agrônomo Vinícius Shizuo Abuno, formado em 2018 na Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), em Piracicaba (SP). Vinícius conta que parte do investimento está sendo empregado na construção de uma nova estufa, o que ele denomina de biofábrica. O processo produtivo – ele não mostra os detalhes agronômicos – funciona como um sistema protegido, controlado e automatizado de cultivo.

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Vinícius Shizuo Abuno, que fez agronomia na Esalq/USP, está à frente do projeto

“O cultivo é feito na água, o que eleva a qualidade e o sabor do produto, que demora um ano e meio para estar pronto para o consumo”, diz Vinícius. A tarefa é um desafio não apenas para a Minato. Em todo o mundo, a produção em escala comercial requer técnicas agronômicas sofisticadas por causa das características climáticas necessárias ao desenvolvimento da planta.

Em geral, o cultivo está localizado em regiões de montanha que dispõem de água a baixas temperaturas. Não por acaso, um quilo de wasabi pode chegar a R$ 8.000 no mercado consumidor.

A WBGI, fundada em 2019 e com sede em Piracicaba (SP), é especializada no agronegócio. Como venture builder, a organização ajuda a melhorar o desempenho de startups. As agtechs recebem suporte nas áreas de gestão, como desenvolvimento de mercado, marketing, recursos humanos, finanças, processos, jurídico e contabilidade.

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João Blasco, da WBGI, diz que a aposta nas agtechs sempre é ampla

“Vimos um grande potencial na proposta da Minato Wasabi”, afirma o economista João Blasco, sócio da WBGI. “Além do aporte financeiro também temos um suporte de toda a dinâmica da empresa.”

WBGI, que investe em cultivos de alto valor agregado, como mirtilo, plantas ornamentais, produção vertical, entre outros, além do recente wasabi, também tem como sócios o economista Joaquim Cunha e o engenheiro agrônomo Uriel Rotta. Os investimentos em agtechs já superaram R$ 3 milhões desde a sua fundação.

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