Modalidade bastante difundida para culturas como café, milho e soja, o “barter” permite a aquisição de insumos por meio de permuta: as vendas de defensivos são garantidas em troca da produção, em uma triangulação entre fornecedor, agricultor e trading. A ferramenta traz mais previsibilidade de custos aos produtores, ao mesmo tempo em que mitiga riscos à toda cadeia.
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Um contrato de energia elétrica da Umoe firmado no mercado regulado (ACR) foi utilizado como pagamento para a compra junto à Bayer, explicou à Reuters Vinicius Leira, coordenador de barter da Bayer.
“Utilizamos esses contratos como pagamento, em operação que pode ser feita à vista ou num prazo pré-combinado… Faturamos para o cliente e ele está nos pagando com o dinheiro oriundo do contrato de energia.”
Leira ressalta que a operação é segura, já que envolve compromissos de energia de longo prazo, 10 a 20 anos. “A energia já existe como uma commodity. A ideia é atender a demanda do cliente, aproveitar esses contratos para mitigar risco e posicionar crédito”, acrescentou.
“Estamos preparados para isso, as negociações que vão acontecer das safras seguintes, vamos levar isso como nova ferramenta financeira para os parceiros”, afirmou Tiago De Biase, líder de negócios de cana-de-açúcar da Bayer.
Ele não revela detalhes do mercado potencial que a companhia projeta, mas ressalta que a cogeração de energia elétrica é um negócio importante para as usinas sucroalcooleiras e que deve receber cada vez mais investimentos nos próximos anos.
“Não temos limitação, todo mundo que tiver a cogeração de energia, tiver essa oportunidade de ter esse excedente de energia para operações de troca de insumos, vamos estar abertos para fazer”, disse De Biase.
Dos 20 GW, cerca de 60% usa como fonte de biomassa o bagaço da cana, um resíduo do processo de moagem.
Mercado em crescimento
A Bayer não abre dados sobre a representatividade do volume de “barter” em seu faturamento, mas Leira aponta que, em média, de 15% a 18% de todos os insumos vendidos no Brasil são via operações do gênero.
“Cada cultura tem um percentual específico… Além de ser uma ferramenta de crédito, é uma ferramenta de acesso ao cliente”.
“Vemos o crescimento das usinas em diversas regiões com a retomada da lucratividade no setor, a turma vem investindo muito”, disse, acrescentando que hoje cada vez mais produtores fazem sistemas de reforma do canavial com soja. “A cultura se torna ainda mais importante porque leva outras junto”.