Pela estimativa atual, o Brasil deve colher um recorde de mais de 9 milhões de toneladas do cereal neste ano, mas o volume eventualmente poderia ser reduzido na hipótese de danos serem confirmados.
Houve geadas em áreas com trigo em fases mais suscetíveis a perdas, como floração e enchimento de grãos, disse o diretor técnico da empresa de assistência técnica gaúcha Emater, Alencar Rugeri, ressaltando que por ora é difícil mensurar o tamanho da região atingida ou eventuais perdas.
Meteorologistas já vinham alertando sobre as geadas e os riscos para trigo, alertando que o estágio da lavoura e o local das geadas influenciam nos danos.
No Rio Grande do Sul, com safra estimada pela estatal Conab em 4 milhões de toneladas, 9% das áreas estão em floração e 1% em enchimento de grãos, fases em que as geadas provocam mais perdas, segundo a Emater. O restante está em desenvolvimento vegetativo e germinação, menos sujeitas a problemas.
No Paraná, com safra estimada pela Conab em 3,9 milhões de toneladas, “as primeiras notícias indicam que hoje foi relativamente tranquilo”, afirmou o agrônomo Carlos Hugo Godinho, do Departamento de Economia Rural (Dera), referindo-se ao sudoeste, onde mais áreas estão suscetíveis.
Ele disse que o trigo plantado mais a sudoeste, em municípios como Laranjeiras do Sul, Francisco Beltrão, Pato Branco, pode sofrer perdas “significativas”, se a geada for forte.
No caso do milho do Paraná, as geadas não impactam a produção, uma vez que a maior parte das lavouras está próxima da colheita.
“Geadas não têm potencial de impacto para o milho nesta fase, ao contrário, podem ajudar a acelerar a maturação da planta”, disse Edmar Gervásio, do Deral.
“Esta semana a colheita foi mais lenta por causa da chuva que tivemos no inicio da semana. Entre hoje e amanhã os trabalhos de campo devem retornar com mais intensidade.”