Os alimentos plant based devem ocupar 7,7% do mercado mundial de proteínas, o equivalente a US$ 162 bilhões (R$ 827,6 bilhões, na cotação atual ) até 2030, segundo a pesquisa “Plant Based Foods Poised for Explosive Growth”, publicada pela consultoria Bloomberg Intelligence em agosto do ano passado. Em comparação a 2020, ano que marcou o início da pandemia de Covid-19 e impulsionou a busca pelo tema, como mostra a ferramenta Google Trends, a expectativa indica que o mercado deve crescer US$ 132,6 bilhões (R$ 677,4 bilhões) nos próximo oito anos.
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O que é o conceito de plant-based?
O plant based, ou à base de plantas, prega a adoção de uma dieta formada por alimentos de origem vegetal íntegros, portanto que não tenham passado por refinamento ou processamento industrial. Este tipo de dieta também propõe a substituição e exclusão de alimentos que possuam origem animal, como carnes, ovos, laticínios e outros.
A Abia (Associação Brasileira da Indústria de Alimentos) afirma que a dieta é atraente para veganos, vegetarianos e flexitarianos, pessoas que são vegetarianas ocasionalmente. Este último é um dos perfis que mais tem atraído investimentos de empresas no plant based. “Existe uma oportunidade muito grande de crescimento para carnes vegetais, caso entreguem saudabilidade e experiência sensorial similar ao produto de origem animal”, diz um texto da entidade que tem como associadas grandes empresas do agronegócio, como BRF, Cargill, DSM e outras.
O conceito também tem sido explorado por empresas de cosméticos como a Cia da Natureza, de Aracaju (SE). A companhia que lança produtos para marcas como Hello Kitty e Turma da Mônica foi a primeira do Brasil a lançar produtos para tratamento de cabelo que não possuem ingredientes com origem animal
Quem inventou o conceito?
Em sua pesquisa, que buscava fugir dos conceitos políticos que geralmente estão envolvidos em dietas veganas ou vegetarianas, Campbell defendeu que dietas com baixas quantidades de proteína animal e gorduras, e repleta de vegetais íntegros, reduziriam a ocorrência de doenças.
O estudo, conhecido como “The China Project”, acompanhou por dez anos as práticas dietéticas de populações rurais da China, que se alimentavam primariamente de vegetais produzidos em suas lavouras. Em 2004, o bioquímico e seu filho transformaram os estudos no livro “The China Study”. Ele indica que a incidência de doenças coronárias, câncer e diabetes foram reduzidas com a adoção da dieta. A obra vendeu cerca de um milhão de cópias, tornando-a em um dos maiores best-sellers sobre alimentação nos EUA.
A dieta à base de plantas traz malefícios?
Como a maioria das dietas, apesar de pesquisas realizadas como por Campbell, seus resultados e benefícios podem ser questionados por pacientes e nutricionistas que preferem outras abordagens, como as dietas low carb, dukan, do mediterrâneo e outras. Mas uma dieta plant based pode trazer malefícios à saúde?
Quais são as alternativas disponíveis hoje?
Justamente pelo potencial do mercado e o boom no interesse sobre ele durante a pandemia, empresas como ADM (Archer Daniels Midland Company), Marfrig, JBS, Mantiqueira, Fazenda do Futuro e A Tal da Castanha investem em maneiras de tornar os alimentos plant based mais próximos de suas versões animais.
Em entrevista à Forbes em janeiro deste ano, June Lin, vice-presidente global de marketing, health e wellness da ADM explicou como este é um fator importante para o sucesso dos produtos. “Equilibrar nutrição e atributos funcionais com bom gosto e conveniência será a chave para ganhar os consumidores no período pós-pandemia”, disse.
As alternativas são criadas com alimentos como cogumelos, feijão, soja e outros itens. Há também opções criadas a partir de processos químicos realizados para extrair diretamente a proteína necessária dos alimentos de origem animal.
Alguns dos principais produtos já disponíveis no mercado para quem se interessa pela dieta plant based são:
“Carnes”: Normalmente, imitam frango e carne bovina e podem ser produzidos com o uso de cogumelos, jaca, ervilha, feijão e outros
Molhos: Cremes de leite e ingredientes para saladas também já foram produzidos a partir de soja, castanhas e outros ingredientes vegetais
“Ovos”: Em formato líquido ou congelados, empresas já desenvolveram alternativas ao ovo que são produzidas com ingredientes plant based. No Brasil, a foodtech N.ovo, ligada ao Grupo Mantiqueira, comercializa uma versão criada a partir de ervilha e linhaça