Moscou suspendeu sua participação no acordo do Mar Negro no sábado, cortando efetivamente os embarques a partir da Ucrânia, um dos maiores exportadores de grãos do mundo, em resposta ao que chamou de um grande ataque de drone ucraniano no início do dia a sua frota perto do porto de Sevastopol, na Crimeia, anexada à Rússia.
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Ontem (29), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou a medida de “puramente ultrajante”, dizendo que aumentará a fome, enquanto o secretário de Estado Antony Blinken acusou Moscou usar alimentos como arma. Neste domingo, o embaixador da Rússia em Washington retrucou, dizendo que a resposta dos EUA foi “ultrajante”.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que a Ucrânia atacou a Frota do Mar Negro perto de Sebastopol com 16 drones no início do sábado, e que “especialistas” da marinha britânica ajudaram a coordenar o que chamou de ataque terrorista.
A Rússia afirmou que repeliu o ataque, mas que os navios visados estavam envolvidos em garantir o corredor de grãos nos portos do Mar Negro da Ucrânia.
“A Rússia planejou isso com bastante antecedência”, declarou Kuleba no Twitter. “A Rússia tomou a decisão de retomar seus jogos de fome há muito tempo e agora tenta justificá-la”, disse ele, sem oferecer nenhuma evidência.
O chefe de gabinete do presidente Volodymyr Zelenskiy acusou a Rússia no sábado de inventar ataques contra suas próprias instalações.
A saída da Rússia do acordo de grãos marca um novo desenvolvimento em uma guerra de oito meses que começou com a invasão da Rússia em fevereiro e que recentemente foi dominada por uma contraofensiva ucraniana e ataques de drones e mísseis russos que destruíram mais de 30% da capacidade de geração da Ucrânia e atingiram áreas povoadas.