Acordo de grãos com Ucrânia provavelmente não incluirá novos portos a curto prazo, diz ONU

15 de dezembro de 2022
REUTERS/Anna Voitenko

O acordo de grãos com a Ucrânia é mediado pela ONU e pela Turquia

Uma autoridade da Organização das Nações Unidas disse nesta quinta-feira (15) que é improvável que o acordo de grãos do Mar Negro seja expandido a curto prazo para incluir mais portos ucranianos ou reduzir o tempo de inspeção.

Kiev pediu uma expansão do acordo com Moscou, que foi mediado pelas Nações Unidas e pela Turquia e permite à Ucrânia, um grande exportador global de grãos, enviar produtos alimentícios de três de seus portos no Mar Negro, apesar da invasão da Rússia.

Leia também: ONU espera avanço em negociações para exportações russas de fertilizantes

“Não vejo isso acontecendo no próximo, curto prazo”, disse Martin Griffiths, subsecretário-geral da ONU para assuntos humanitários e coordenador de ajuda de emergência, à Reuters, em entrevista na capital ucraniana.

“Acho que seria ótimo se pudesse ser expandido, quanto mais grãos saíssem para o mundo, melhor claramente do nosso ponto de vista, do ponto de vista do mundo. Mas não acho que isso seja imediatamente provável.”

O funcionário, que disse não estar na Ucrânia para mediar e que estava estritamente lá para revisar o programa de ajuda humanitária, disse em 30 de novembro que um acordo estava “próximo” para a retomada das exportações russas de amônia via Ucrânia.

A amônia, que é usada para fazer fertilizantes, seria bombeada através de um oleoduto existente para o Mar Negro. O oleoduto foi fechado quando a Rússia invadiu este ano.

Na quinta-feira (15), Griffiths disse que o trabalho nesse acordo ainda estava em andamento e que ele não sabe quando será concluído.

“Nós continuamos a… obviamente queremos isso porque… fertilizantes são quase mais importantes no momento do que grãos, em termos de exportação para o sul global”, disse ele. “Portanto, ainda estamos trabalhando nisso. Não sei quando isso acontecerá.”

Representantes russos e ucranianos discutiram a possibilidade de vincular uma troca de prisioneiros de ambos os lados à retomada das exportações de amônia.

Rebeca Grynspan, secretária-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, expressou otimismo na quinta-feira (15) sobre um avanço nas negociações.