Segundo o presidente da empresa, Rogério Idino, há um grande volume de contratos do segmento rural vencendo em março e a Brasilseg, ligada ao Banco do Brasil, está cobrando melhores condições para renovação.
“As conversas com resseguradoras estão sendo quentes”, disse Idino em entrevista à Reuters. “Vamos pedir revisão de preços.”
Com isso, seguradoras incluindo a Brasilseg estão buscando um compartilhamento de riscos mais pulverizado para ficar menos expostas ao risco de não receber de alguma resseguradora, caso o pedido de indenização seja acionado.
Para não ficarem exageradamente vulneráveis a perdas pontuais, as seguradoras normalmente pagam para resseguradoras comprarem uma parte dos riscos, que no caso podem representar de 70% a 90% do valor segurado, segundo Idino. As resseguradoras, por sua vez, também compartilham esses riscos com concorrentes.
Essa estrutura, no entanto, não evitou que algumas fossem mais diretamente atingidas por episódios agudos de 2022, incluindo a guerra na Ucrânia e os efeitos do furacão Ian, na Flórida (EUA).
O IRB Brasil (IRBR3), maior do setor no país e que tem sido alvo de desconfiança do mercado, dada a sucessão de prejuízos que enfraqueceram sua solidez financeira, tem enfrentado maior concorrência de rivais como Allianz e Zurich.
“Alguns resseguradores estão preocupados com manter ou elevar participação no mercado”, disse o executivo.
Segundo Idino, diante desse cenário a Brasilseg tem usado nas negociações sua condição de líder de seguros do agronegócio, com cerca de 60% do mercado no país, posição estendida nos últimos meses com vendas acima da média do mercado.
De todo modo, o agronegócio liderou as vendas da Brasilseg em 2022 até novembro, com alta de 53,5% do volume de prêmios sobre um ano antes. Enquanto isso, a sinistralidade passou a ter queda no acumulado até setembro, após um pico no começo do ano.