A situação no Estado gaúcho foi compensada, em parte, por ganhos observados em São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul, afirmou a estatal.
Apesar do ajuste negativo, a safra do Brasil, maior produtor e exportador global de soja, deverá crescer 20,6% na comparação com a temporada passada, quando a seca reduziu produtividades no Sul.
Em outras áreas, como Goiás e Matopiba, o plantio foi realizado tardiamente, enquanto há regiões em que houve a ocorrência de temperatura mais baixa, o que trouxe impacto no desenvolvimento do grão, alongando o ciclo da cultura.
Esse atraso traz impactos na semeadura do milho segunda safra, que já tem semeada 63,6% da área prevista para a cultura em todo o país. No mesmo período do ano passado, este índice chegava próximo de 75%.
Ainda assim, a companhia projeta um crescimento na produção de 11,3%, podendo chegar a 95,6 milhões de toneladas, ante 94,97 milhões estimados no mês passado.
Seca e geadas são as maiores preocupações do produtor do milho segunda safra.
A colheita total de milho do Brasil 2022/23 foi estimada nesta quinta-feira em recorde de 124,67 milhões de toneladas, acima da previsão de 123,7 milhões de toneladas divulgada em fevereiro, com ajustes positivos na expectativa de colheitas de verão e inverno, informou a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Se confirmada a previsão para o milho, haverá um aumento de 10,2% na comparação com a temporada passada.
A Conab citou que a semeadura da segunda safra de algodão em Mato Grosso foi atingida por chuvas constantes, provocando atrasos e impedindo o término dos trabalhos na janela ideal.
“A redução na produtividade ocorre após ajustes posteriores ao fim da semeadura…”, disse.
Para a safra total de grãos 2022/23, a previsão atual é de 309,9 milhões de toneladas, um pouco abaixo dos 310,59 milhões estimados no mês passado, mas um aumento de 13,8% na comparação anual.
Exportações
No caso da soja, com uma safra menor do que a esperada, a estatal reduziu a estimativa de exportação para 92,99 milhões de toneladas, ante 93,9 milhões de toneladas na visão de fevereiro, versus 78,7 milhões na temporada passada.
Para o algodão, a agência do governo manteve a expectativa de exportação em 1,98 milhão de toneladas.
“O início de ano se mostra lento para as vendas ao mercado externo da pluma… Ainda assim, o setor continua confiante e vem trabalhando para ampliar as exportações, as quais devem chegar próximas de 2 milhões de toneladas.”