Considerando a exportação de café arábica, o total chegou a 2,027 milhões de sacas, baixa de 35,5% ante o mesmo mês de 2022, enquanto os embarques de grãos canéforas somaram apenas 83,36 mil sacas, queda de 42,1% na mesma comparação.
Segundo o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, a baixa nos embarques se justifica pelo período de entressafra, após duas colheitas menores, impactadas por adversidades climáticas em importantes regiões produtoras.
Ele disse que apesar de uma recuperação nos preços na bolsa de Nova York, o café está bem aquém dos picos registrados em setembro, limitando vendas.
Para o presidente do Cecafé, no cenário atual as cotações ainda não são atrativas para o produtor negociar seu estoque, “que não é tão grande em função das colheitas menores em 2021 e 2022, daí a retração que observamos”.
Ele ressaltou que o preço praticado do café arábica no Brasil está acima da cotação da Bolsa de Nova York e, por consequência, o volume negociado no Brasil é menor do que o fluxo normal.
Ferreira observou também o mercado nacional tem demandado de forma crescente cafés canéforas, limitando os embarques de grãos robusta ou conilon.
“Com o spot lá fora mais atrativo do que nosso arábica FOB e os conilon e robusta majoritariamente direcionados às indústrias internas, o Brasil perde competitividade nas exportações das duas variedades”, disse.
“Esse é um comportamento que, possivelmente, seguiremos vendo até a entrada da safra 2023, mais especificamente do arábica, entre junho e julho, quando deveremos ter uma retomada dos embarques.”
O desempenho implica quedas de 33,3% em volume e de 38,5% em faturamento na comparação com o segundo mês do ano passado, à medida que o preço médio da saca, de 211,13 dólares, recua 7,9% em mesmo intervalo.
Em janeiro e fevereiro deste ano, as remessas brasileiras de café ao exterior apresentam declínio de 25,4%, para 5,226 milhões de sacas.