Uma década atrás, um violento terremoto e subsequente tsunami causaram o colapso da usina nuclear da terceira maior província japonesa, liberando material radioativo que poluiu toda a região nas proximidades e partes do Oceano Pacífico.
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Segundo relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) sobre a atual situação da região em 2022, os valores da produção agrícola recuperaram 90,7% dos níveis pré-desastre. A região é conhecida por sua produção de arroz premium, além de pepino, maçã, aspargo, pêssego, pera e parsimmons Anpogaki, um tipo tradicional de caqui seco, mas os agricultores tiveram que lutar contra o estigma da radioatividade para reconquistar a confiança dos consumidores. Até o ano passado, 14 países mantinham restrições à importação de alimentos japoneses.
Os testes completos de pré-exportação de produtos alimentícios da União Européia para radioatividade foram revisados a cada dois anos e progressivamente facilitados à medida que os riscos diminuíram.
Avanço da Fukushima Food Tech
O desastre em Fukushima foi o catalisador para que agricultores e empresas experimentassem a agrotecnologia sustentável, um modelo que impedia que a produção de alimentos fosse potencialmente contaminada por elementos presentes na natureza que havia sido degradada.
A água utilizada para cultivo em fazendas verticais e hidropônicas é reutilizada após filtração e purificação. Cerca de 98% da água é reciclada, onde cerca de 0,83 litro é usado para cultivar cada pé de alface. Outros exemplos são agricultores que mantêm suas produções orgânicas de arroz e saquê, utilizando práticas agroecológicas.
Turismo gastronômico em Fukushima
A província procurou também restaurar sua reputação e revitalizar a região, promovendo sua herança culinária única e local. Ao atrair turistas para a região, Fukushima visa estimular o crescimento econômico e criar oportunidades para agricultores locais e produtores de alimentos.
O apoio aos produtores locais foi demonstrado pelo chef Harutomo Hagi, aclamado internacionalmente, que ajudou a desestigmatizar os produtos de Fukushima, servindo vegetais cultivados localmente em seu restaurante francês Hagi, um negócio altamente conceituado.
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* Daniela De Lorenzo é colaboradora da Forbes EUA, baseada em Bruxelas. Escreve sobre sistemas de produção de alimentos, meio ambiente e política da UE. Também colabora com a WIRED, Deutsche Welle, Al Jazeera, VICE Media, entre outras. (Tradução: ForbesAgro)