Segundo ele, a previsão também considera uma boa pluviometria esperada para dezembro, à medida que o clima dá sinais de uma melhora no Centro-Oeste.
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O gerente da consultoria Agro do Itaú BBA, Cesar Alves, disse que o fenômeno El Niño acabou sendo negativo para o Mato Grosso, diferentemente das expectativas iniciais, trazendo calor intenso e falta de chuvas para o maior produtor brasileiro da oleaginosa.
Esse avanço esperado ante a temporada passada, apesar do clima adverso, é sustentado por um crescimento da área plantada e uma boa colheita esperada nos Estados do Sul do Brasil.
“Não somos tão pessimistas com a soja”, disse Alves, destacando que historicamente o Mato Grosso nunca teve “quebra maior do que 10%”.
“E alguns números exploram uma quebra maior (em Mato Grosso).”
Uma safra de 158 milhões de toneladas seria suficiente para o Brasil, maior produtor e exportador de soja, atender os mercados interno e externo, na visão do banco.
O Brasil poderia ainda exportar cerca de 100 milhões de toneladas da oleaginosa no ano que vem, versus potencial anterior de 103 milhões de toneladas e contra 98,1 milhões de toneladas em 2023.
Milho
Alves disse que o cenário para o milho segunda safra ficou “mais preocupante”, diante do atraso na safra de soja, plantada antes do cereal.
Alves lembrou que já havia “desejo de reduzir a área plantada” de milho, devido à margem menor em meio à queda dos preços.
Agora, com o aumento do risco climático para o milho, pelo atraso do plantio da soja, crescem as dúvidas para os produtores sobre o plantio do cereal.
“É possível que o ímpeto de reduzir área aumente”, disse Alves.
Dessa forma, a exportação cairia para 38 milhões de toneladas no próximo ano, versus 52 milhões de toneladas em 2023, quando o Brasil assumiu o posto de maior exportador global de milho. Em 2024, o país voltaria a ficar atrás dos EUA, considerando a menor expectativa de produção.