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O patrimônio, lastreado em garantias imobiliárias rurais, deve ser acumulado a partir do interesse de investidores profissionais, pessoas físicas e jurídicas, com aportes médios de R$ 10 milhões por acionista. A Axios conta, para isso, com a parceria financeira da Stark Investment Bank, sediado em São Paulo (SP), banco digital com R$ 2,5 bilhões sob negociação e R$ 600 milhões em transações concluídas, segundo a instituição.
“Nossa tese é investir em dívidas não performadas com alto grau de assimetria, envolvendo possibilidade de compra dos ativos com deságio considerável e uma cobertura sólida”, afirma Hugo Lopes de Barros, cofundador e CEO do grupo Axios. Segundo dados do Banco Central, os títulos NPLs de todos os setores econômicos ultrapassam, hoje, R$ 400 bilhões em dívidas vencidas no Brasil.
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Os NPLs são ativos oriundos de dívidas já judicializadas — nesse caso, relativas ao agro. As ações e suas garantias são escolhidas de forma criteriosa por equipes técnicas multidisciplinares, que avaliarão as possibilidades de negócio nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul, de acordo com a empresa. Funciona da seguinte maneira: a Axios compra as dívidas do banco com deságio e assume seu lugar para a cobrança do valor devido.
A primeira atitude é um trabalho de inteligência para auxiliar o devedor na quitação da dívida, por exemplo com financiamentos ou “outras saídas para que ele consiga pagar”, afirma Barros. Em geral, são dívidas acumaladas em anos, já judicializadas e muitas em fase de desapropriação de bens. Caso não seja possível salvar o negócio para o produtor, a Axios entra com seus investidores interessados em adquirir as fazendas que estão dentro da dívida e que foram dadas como garantia. Segundo Barros “a Axios não cede o crédito diretamente aos devedores, mas consegue indicar instituições que o façam”.
Em suas operações atuais, a Axios aloca 70% dos investimentos em créditos não-adimplidos e single-names (de uma só empresa), com garantias e patrimônio alcançável avaliados em 150% do valor investido — o que, em seu novo fundo, será lastreado no valor de venda forçada de propriedades rurais e outros bens. Os outros 30% dos investimentos costumam ser utilizados na aquisição de ativos judiciais em situação especial, ativos imobiliários distressed (que são créditos bancários atrasados), direitos creditórios, precatórios, pré-precatórios e outras ações dessa natureza, todos com sentenças transitadas em julgado.