Soja, milho, algodão e café, o quarteto que puxa a produtividade do agro

7 de março de 2024

Brasil deve aumentar exportação de soja e vê recuo no milho, diz Anec - Foto: Alfribeiro/Guettyimages

Soja e milho estão entre as commodities que mais ajudaram na composição dos bons dados da economia

O agronegócio brasileiro continuou atuando como motor da economia em 2023 e puxou o crescimento da economia no país. O setor cresceu 15% no ano passado, um valor de produção de quase R$ 678 bilhões. Dentre as atividades econômicas, o agro apresentou a maior alta, o que teve reflexos diretos no PIB do país, que subiu 2,9% em relação ao ano anterior. O resultado foi de R$ 10,9 trilhões. As informações são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que divulgou os dados no dia 1º de março.

O crescimento anual do setor agropecuário foi o maior da série histórica, com destaque para o aumento da produção combinado a ganhos de produtividade, ou seja, eficiência. E aqui vale um destaque: pesquisa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) revelou que o Brasil liderou a produtividade agropecuária mundial entre 187 países, de 2000 a 2019.

O relatório do IBGE indicou ainda que mesmo com as dificuldades climáticas e o achatamento dos preços das commodities, várias culturas registraram crescimento de produção em 2023, com destaques para soja, milho, cana-de-açúcar, algodão e café, ainda contando com uma contribuição positiva da pecuária. O setor de serviços e a indústria, por exemplo, registraram alta de 2,4% e 1,6% respectivamente.

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Sob a ótica da demanda, o crescimento foi puxado pelo consumo das famílias, turbinado pelos auxílios governamentais, consumo do governo e exportações. Uma pequena queda nas importações também contribuiu para o resultado. Na comparação entre o terceiro e quarto semestres, o PIB brasileiro manteve-se estável. No comparativo do quarto trimestre de 2023 com o mesmo período do ano anterior, houve alta de 2,1%.

*Lygia Pimentel é médica veterinária, economista e consultora para o mercado de commodities. Atualmente é CEO da AgriFatto. Desde 2007 atua no setor do agronegócio ocupando cargos como analista de mercado na Scot Consultoria, gerente de operação de commodities na XP Investimentos e chefe de análise de mercado de gado de corte na INTL FCStone.

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