-
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
Mas qual a estratégia do banco para não baixar a guarda e manter o prumo nos negócios? Para o executivo, o banco tem como competir com as linhas oficiais. “Eu consigo fazer, hoje, com financiamento de 5 ou 7 anos, uma linha precificada igual à do BNDES ou muito similar”,diz ele.
No Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social a taxa de juros da nova linha apresentada, a CPR BNDES, será composta pela remuneração básica do BNDES de 1,3% ao ano, com uma remuneração do agente financeiro de até 4,3% ao ano e pelo referencial de custo financeiro. “Hoje, a tesouraria do Santander consegue fazer melhor. Estamos liberando qualquer montante que o produtor vier buscar. Não temos nenhuma restrição de alocação para fazer um financiamento.”
Leia também:
Agrishow: começa a feira em que as máquinas do campo podem ter preços de Ferraris
Agrishow: crédito próprio do BNDES ao agro pode chegar a R$ 10 bilhões
“Há 8 anos que a gente não vê um ajuste de liquidez tão drástico. O agro estava pujante, sempre para cima. Em 2023 houve uma alavancada no preço da soja e agora esse recuo. É claro que pega muita gente de surpresa, porque o mercado ninguém precifica”, diz França, embora o banco já tivesse o cenário no radar. “E num ano com duas variáveis juntas. Onde toda vez que a gente vê uma quebra de safra, se vê um aumento de preço; e toda vez que se vê um aumento de safra, se vê uma queda no preço, agora elas vieram ao mesmo tempo.”
Uma das hipóteses levantadas para o preço em baixa da soja, mesmo com quebra de safra, foi o desempenho da Argentina. No ano passado, os argentinos colocaram no mercado 21 milhões de toneladas da oleaginosa e em 2024 estão despejando acima de 50 milhões de toneladas. “Para o Brasil, neste ano temos a La Niña, o que é animador, mas enquanto ainda não conseguimos precificar a safra.”
Saindo da seara do custeio, onde estão concentradas as linhas de crédito, França afirma que em relação às linhas de investimento, houve uma inversão do papel do Santander na Agrishow. “Nós invertemos a mão, porque vínhamos para a feira somente para o financiamento de máquinas, como colheitadeira, plantadeira, trator, pulverizador. Fomos para o custeio, mas há sim demanda”, diz ele.