Canadá aponta preocupações concorrenciais sobre fusão Bunge-Viterra

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23 de abril de 2024
Dado Ruvic/ Reuters

Empresa disse em comunicado conjunto que as preocupações do órgão regulador são equivocadas

O Departamento de Concorrência do Canadá afirmou nesta terça-feira (23) ter identificado grandes preocupações com relação à concorrência em torno da proposta de fusão entre a Bunge, comerciante de grãos dos Estados Unidos, e a Viterra, da Glencore.

O acordo criaria uma empresa avaliada em US$ 34 bilhões (R$ 174,4 bilhões), incluindo dívidas, mais próxima em escala das rivais Archer-Daniels-Midland e Cargill.

Em um comunicado que acompanha um relatório formal à capital canadense Ottawa, o departamento afirmou que o acordo “provavelmente resultará em efeitos anticoncorrenciais substanciais e em uma perda significativa de rivalidade entre a Viterra e a Bunge nos mercados agrícolas do Canadá”.

O departamento determinou que a transação vai provavelmente prejudicar a concorrência na compra de grãos no oeste do Canadá, assim como na venda de óleo de canola no leste do Canadá.

As duas empresas disseram em comunicado conjunto que as preocupações do órgão regulador são equivocadas e prometeram colaborar com as autoridades canadenses.

O relatório foi enviado ao Ministério dos Transportes do Canadá, que tem até 2 de junho deste ano para analisar o acordo. O gabinete do ministério não comentou de imediato.

O governo do Canadá tomará uma decisão final.

O Departamento de Concorrência do Canadá tem um histórico misto em relação ao bloqueio de acordos, incluindo uma tentativa fracassada no ano passado de impedir uma fusão de 20 bilhões de dólares canadenses entre empresas de telecomunicações.

Os próximos passos envolvem o governo identificar quaisquer preocupações sobrepostas relacionadas a competição e transporte e solicitar às empresas que as resolvam, segundo relatório do departamento. Grandes fusões empresariais geralmente envolvem o desinvestimento de alguns ativos por parte das empresas a fim de resolver preocupações concorrenciais.

Se as soluções apresentadas pelas empresas satisfizerem o gabinete, o governo canadense poderá aprovar a fusão ou aprovar com ressalvas.

As deliberações do gabinete não seguem um calendário definido.