A conjuntura climática para as lavouras de soja do Brasil na temporada 2024/25, associada a um pacote tecnológico similar ao da safra 23/24, mantém a expectativa de uma “safra cheia”, com uma produção estimada em recorde de 170,8 milhões de toneladas, afirmou a consultoria Céleres, em relatório nesta segunda-feira (2).
O analista da Céleres Gabriel Santos disse que houve um “pequeno” ajuste para cima na área plantada em relação à previsão anterior, o que elevou a estimativa de safra em 900 mil toneladas, ou 0,5%.
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“Nossa visão atual é de safra recorde. O pacote tecnológico (insumos), chuvas nas últimas semanas e as projeções para as próximas semanas indicam isso até o momento”, comentou Santos, à Reuters.
Se confirmada a projeção, a safra aumentaria 10,55% na comparação com a temporada anterior, quando produtividades foram afetadas por problemas climáticos.
Segundo a Céleres, as condições climáticas projetadas para os próximos meses apontam para neutralidade entre La Niña ou El Niño.
“Isso tende a garantir normalidade climática para os principais Estados produtores do Brasil, sem impactos negativos relevantes sobre a oferta de soja”, afirmou.
“A esperada safra cheia deve trazer um volume de exportação de 107 milhões de toneladas. A necessidade de escoamento de um volume tão alto tende a trazer uma maior demanda por fretes e, portanto, fretes mais caros no período da colheita”, acrescentou.
Com uma grande safra no maior produtor e exportador global de soja, o cenário é de pressão nos preços da oleaginosa, tanto internamente quanto externamente, segundo a consultoria.
Mas a taxa de câmbio deve exercer um “papel de protagonista na precificação da soja durante o ciclo”.