E foi durante esse período que a Oficina Reserva lançou a linha Essenciais, formada por 12 peças-chave para qualquer guarda-roupa masculino. A marca estima 1.200 combinações com as calças, bermudas, camisetas, jaquetas, suéteres e camisas sem estampas e em tons básicos como preto, branco, azul e verde.
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Em 2019, a marca teve faturamento de R$ 25 milhões. Com a chegada da pandemia e a necessidade de fechar as lojas, Zandomênico afirma que chegaram a pensar que o faturamento seria zero em 2020, mas o comércio eletrônico acabou salvando a Oficina, com crescimento de 500% em vendas. “Houve uma migração natural de quem já comprava na loja e agora só tinha esse canal disponível, mas também tivemos novos usuários que nos descobriram”, pontua. Neste ano, com as lojas abertas, a marca já apresenta crescimento de 70% comparado com 2019.
Com exclusividade à Forbes, Zandomênico revelou o próximo passo da Oficina Reserva: um serviço de assinatura das peças compradas com maior recorrência pelos consumidores da marca, a camiseta e a cueca de algodão Pima. O cliente poderá escolher com qual frequência deseja receber os itens em casa (1, 2, 3 ou 6 meses), com preço diferenciado.
Para os fundadores da Oficina, ela se assemelha mais a uma empresa de tecnologia do que de moda. Isso se deve ao fato de investirem na solução dos problemas levantados pelos clientes e no uso de matérias-primas de qualidade para que os produtos durem, possibilitando assim fugir da periodicidade das coleções lançadas por outras marcas, principalmente do fast fashion. “A indústria da moda trabalha muito com esse conceito de coleções e pouco pratica a melhoria dos produtos porque o calendário não permite a correção do que deu errado. Como vendemos um mix de peças básicas que não saem de linha por escolha nossa, nos obrigamos a melhorar os produtos pelos feedbacks que recebemos”, explica.
Desde essa época, os sócios já percebiam que o novo executivo estava deixando de usar terno e gravata, migrando para looks básicos, mas ainda assim elegantes. Notaram então um buraco no mercado para uma marca moderna que oferecesse esses produtos. Em 2016, depois de um ano de conversa, a Social Tailor entrou para o Grupo Reserva e passou por rebranding, tornando-se Oficina e chegando ao varejo. O banco de dados acumulado da época de fashion tech ainda é usado atualmente para acertar as modelagens, ainda que o foco não seja mais o sob medida.
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A consciência sobre o futuro vai além da proposta de guarda-roupa minimalista, com foco nas peças certas em vez de um armário lotado. Como parte do Grupo Reserva, a Oficina compartilha práticas corporativas, de governança e socioambientais, que são globais para as marcas. Segundo Zandomênico, o Grupo conta com um comitê de diversidade, que está atuando na capacitação antirracismo para todos os funcionários, além do programa Cara ou Coroa, que promove a contratação de pessoas acima dos 50 anos para os escritórios e as lojas das empresas do grupo. A preocupação também se estende para a cadeia de fornecedores: com produção majoritariamente nacional, a Reserva só trabalha com fábricas certificadas com o selo da ABVTEX, que garante a responsabilidade social das empresas.
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