Infelizmente, a confusão sobre como definir um “investimento sustentável” torna difícil medir se um investimento realmente cumpre essa função. Isso faz com que os investidores institucionais e de varejo se envolvam em suas próprias pesquisas na tentativa de descobrir o quão sustentáveis, de fato, são os seus investimentos.
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Atualmente, a Europa é responsável por cerca de metade dos ativos sustentáveis globais. A demanda europeia por esses investimentos levou 253 fundos europeus a mudarem suas estratégias ou portfólios em 2020. Além disso, a Europa registrou 505 novos lançamentos de fundos sustentáveis somente em 2020.
O segmento deve crescer ainda mais com o apoio dos investidores na Ásia, especialmente no Japão, onde a McKinsey identificou que o tema sustentabilidade está fortemente vinculado ao ethos cultural de 400 anos do shuchu kiyaku (uma espécie de código de ética asiático).
Os EUA também observam um forte crescimento em investimentos sustentáveis, que responderam por mais de 25% de todo o dinheiro investido em ações e fundos multimercados de renda fixa em 2020.
Dada a forte demanda dos investidores por investimentos sustentáveis em todo o mundo, os esforços são altos para eliminar as preocupações constantes sobre o greenwashing, prática em que as empresas “exageram” ao divulgar os impactos positivos das suas ações. E isso é mais do que um problema de percepção: um grupo de pesquisadores define o greenwashing como “uma combinação de mau comportamento e comunicação enganosa” – incluindo a fabricação intencional de informações falsas pelas organizações.
Tornou-se cada vez mais difícil para os investidores enxergar quando as empresas se apresentam como mais sustentáveis ou ecologicamente corretas do que realmente são. Em uma pesquisa recente da Quilter Investors, o greenwashing encabeçou a lista de preocupações entre 44% dos investidores pesquisados. Em outra pesquisa, seis em cada dez investidores consideram o greenwashing um desafio para o investimento sustentável, especialmente porque essa modalidade de investimento está se tornando cada vez mais comum para investidores e gestores de fundos.
Padrões Europeus de Investimento Sustentável
O objetivo é impedir que firmas de investimento façam alegações sobre sustentabilidade inverídicas ou equivocadas para fazer seus fundos de investimentos parecerem mais atraentes aos investidores.
Existem dois aspectos do investimento sustentável – chamados de dupla materialidade – que o SFDR tenta medir de maneira uniforme. O primeiro é se uma empresa ou um investimento realmente tem um impacto sustentável no meio ambiente ou na sociedade. O segundo é se o impacto sustentável de uma empresa em portfólio influencia diretamente o desempenho dos seus investimentos.
Também sob o SFDR, os gestores de fundos precisarão fornecer detalhes sobre como contabilizam métricas ESG (meio ambiente, social e governança) e outros fatores na seleção de produtos financeiros para suas carteiras. Como resultado, espera-se que os investidores obtenham mais clareza nas informações.
O quão sustentável é isso?
À medida que a popularidade dos investimentos sustentáveis explode ao redor do mundo, o desenvolvimento e a adoção de padrões são um imperativo global.
O setor precisa de uma estrutura abrangente para fornecer uma comparação real que permita aos investidores pesar um investimento contra outro. Caso contrário, terão que adivinhar o quão sustentável qualquer investimento realmente é. O SFDR é uma oportunidade para fornecer uma melhor medição do quão alinhados empresas e fundos estão quanto às práticas ESG.
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