ONU e doadores pedem mais financiamento de países do G20 para proteção da natureza

27 de janeiro de 2022
Desmatamento perto de uma floresta na fronteira entre a Amazônia e o cerrado em Nova Xavantina, Mato Grosso

Em um relatório sobre finanças para a natureza nos países do G20, eles estimaram que os gastos do bloco foram de 120 bilhões de dólares

As 20 nações mais ricas do mundo deveriam mais do que dobrar seus gastos anuais com a proteção e a restauração da natureza, levando as despesas a 285 bilhões de dólares até 2050, disseram as Nações Unidas e doadores hoje (27), defendendo também aumentos nos investimentos privados e no exterior.

Em um primeiro relatório conjunto sobre finanças para a natureza nos países do G20, eles estimaram que os gastos do bloco –que inclui grandes economias emergentes– foram de 120 bilhões de dólares em 2020.

O coautor Ivo Mulder, que chefia a unidade de financiamento climático do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), disse que o foco do relatório no G20 e nas lacunas de financiamento para a natureza pode ajudar as nações ricas que têm demonstrado liderança política na questão nos últimos meses, inclusive na COP26, a cúpula do clima da ONU.

“O volume de dinheiro que está sendo investido em soluções com base na natureza não é suficiente”, disse Mulder à Thomson Reuters Foundation. “Eu esperaria que os países do G20 pudessem dar o exemplo, e eles não estão fazendo isso no momento.”

O relatório analisou como as nações ricas podem lidar melhor com as crises climáticas, de biodiversidade e de degradação do solo do planeta, promovendo agricultura e cadeias de suprimentos sustentáveis ou criando espaços verdes nas cidades para combater o aquecimento.

Aumentar a proteção de áreas naturais, como parques, oceanos, florestas e áreas selvagens, é vista como ação vital para manutenção dos ecossistemas dos quais os seres humanos dependem, e para limitar o aquecimento global em direção às metas internacionalmente acordadas.

Dezenas de países se comprometeram a fazer mais para conservar a natureza e tornar a agricultura mais verde durante as negociações climáticas da COP26 da ONU em novembro, incluindo o compromisso de mais de 100 nações de interromper e reverter o desmatamento até 2030.