Em seu ateliê, em São Paulo, com mostra permanente, mais de 90 obras feitas de madeira de árvore, mármore, bronze e outros materiais compõem o ambiente no momento. São nos mais variados formatos: bailarinas, mulheres com cabelos, corpos, figuras abstratas e algumas poucas mesas e bancos. “Minha inspiração vem quando eu vejo o material — não penso antes no que vou fazer. Olho para um tronco, vejo o formato de um cabelo, por exemplo, e vou fazendo uma mulher.” A ideia para cada peça surge assim que a artista dá uma olhada na matéria-prima a ser usada.
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“Quando veem que é um resto de madeira, é fácil conseguir. Mas um tronco de madeira verde, por exemplo, não posso levar. De qualquer maneira, para mim também não serve, pois ela racha e não é boa de se trabalhar”, explica. Na volta, o material recolhido é levado para o seu galpão em Cotia e lá faz toda a dedetização — cobras, sapos, formigas e cupins são alguns dos bichos que vêm de brinde.
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Com seu estilo criativo e contemporâneo, similar ao de Frans Krajcberg, escultor polonês, naturalizado brasileiro, Bia faz sempre exposições no Brasil e no exterior. Recentemente, expôs 35 peças no Museu de Arte Contemporânea de Goiás. “Em uma das instalações, coloquei carvão no chão, como forma de protesto contra as derrubadas e queimadas.” Na X Bienal de Florença, que terminou no dia 25 de outubro, a artista plástica ficou em quarto na categoria escultura. “Havia obras maravilhosas de artistas renomados, fiquei muito feliz de ter conquistado essa colocação.”
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A série, chamada de Labirintos, é documentada por um filme e apresenta os troncos, completamente podres, que ficaram para fora da área afogada, pintados de vermelho pela artista, em um barco a motor. “Não dá para explicar o que é estar nesse lugar, é algo desesperador. Resolvi fazer isso como um grito de alerta e denúncia.” Trabalhando com essa matéria, Bia consegue transformar algo que vai ser jogado fora em arte.