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Em quase 14 anos de trabalho no Palais de L’Élysée, Ferey serviu Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy e François Hollande. “Chirac e Hollande não opinavam em quase nada. O maior desafio foi com o presidente Sarkozy, um amante das sobremesas com chocolate e de sorvete de café, que degustava quase todos os dias”, afirma Ferey.
O marido da cantora Carla Bruni mantinha uma dieta bastante restrita e nunca ingeria bebida alcoólica, optando por água mineral como acompanhamento de todas suas refeições, mas não resistia às delícias açucaradas preparadas pelo chef. “Em relação a sobremesas, ele era o mais gourmet dos presidentes”, diz.
“O desafio era inovar a cada apresentação e evitar que a decoração anterior influenciasse na próxima”, diz.
Em 2005, Ferey tornou-se chef pâtissier e boulanger com a missão de organizar jantares de Estado e grandes recepções para a Presidência, tanto na França como no exterior. Ele tinha total liberdade para elaborar as opções de sobremesas e pães, que eram apresentadas ao chef do cerimonial e ao chef executivo do L’Élysée. Nessas situações, o cardápio também é informado aos assessores dos dignatários convidados com o objetivo de atender eventuais restrições alimentares. Apesar da autonomia para realizar os banquetes, uma regra sempre é seguida pelos chefs: o menu precisa ser francês. “Temos muito orgulho de apresentar nossas criações gastronômicas a convidados de todas as latitudes”, afirma.
Ferey deixou o L’Élysée em dezembro do ano passado e atualmente é responsável pelo curso de pós-graduação da escola de culinária Ferrandi, em Paris. Ele também ministra aulas pelo mundo e, em agosto deste ano, esteve na capital paulista para falar sobre doces e pães na unidade da Vila Nova Conceição do mercado Emporium São Paulo. Antes de se dedicar aos presidentes, o chef passou por renomados restaurantes franceses como o Taillevent e Le Grand Véfour e elaborou o programa de confeitaria da Le Cordon Bleu de Lima, no Peru.