Conheça o Wallawwa, um luxuoso hotel no Sri Lanka

10 de julho de 2018
Reprodução/Forbes

Os únicos sons que você irá escutar são o coaxar de sapos, o cantar dos pássaros e a água pingando

Mesmo depois de ter viajado o mundo, eu continuo achando que nem mesmo o mais luxuoso hotel de aeroporto vale a pena ser mencionado. O Wallawwa, no Sri Lanka, é a única exceção. Após percorrer 20 minutos em uma estrada obstruída pelo trânsito do Bandaranaike, mais conhecido como Colombo International Airport, uma entrada discreta leva a uma estreita travessa coberta por vegetação natural – o que acaba sendo uma refrescante surpresa. O pó, a fumaça de escapamento e a cacofonia das buzinas são deixados para trás e substituídos por uma paisagem de cheiro doce cheia de flora colorida, que irradia uma sensação de tranquilidade.

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Aconchegado em uma propriedade deslumbrante de seis hectares, o The Wallawwa é um estiloso e luxuoso hotel boutique de 18 quartos que combina perfeitamente o contemporâneo com o tradicional, da decoração, uma mistura de antiguidades e amenidades modernas, ao restaurante, que serve comida local com algumas modificações. Datada do século 18, a mansão colonial renovada era originalmente a propriedade rural do chefe dos chefes de Galle, uma cidade fortificada na costa sudoeste que, durante a Segunda Guerra Mundial, tornou-se a sede da Força Aérea Real (RAF). Com sua longa história, não é surpresa que o hotel tenha sido batizado com uma palavra cingalesa – “wallawwa”, que se refere à residência de uma família proeminente.

Diversos pátios tranquilos – onde, séculos atrás, os moradores podiam tomar sol sem sair da propriedade – enfeitados com lírios e piscinas revestidas com plantas, guarda-sol, confortáveis sofás-cama e poltronas atraem visitantes cansados que, normalmente, levam mais de 15 horas para chegar ao Sri Lanka. Os únicos sons que você irá escutar são o coaxar de sapos, o cantar dos pássaros e a água pingando.

Não importa onde você vá passear ou relaxar, vegetação de todos os tipos estão sempre presente, fazendo do Wallawwa o local ideal para recarregar as baterias, seja na chegada ou enquanto o hóspede se prepara para a longa jornada de volta para casa. Há apenas um problema: uma vez que você se envolve com a sensação de calma da propriedade, certamente irá querer estender sua estadia por mais um ou dois dias.

O arejado restaurante e a varanda com colunas estão abertos para o amplo gramado com palmeiras verdes e vermelhas, árvores de folhas vermelhas, jasmim-manga, orquídeas e muito mais. Árvores frutíferas são abundantes na propriedade e incluem fruta-pão, jaca, abricó-de-macaco, tamarindo, goiaba e mamão. Com toda essa vida vegetal, não é de se admirar que várias espécies de pássaros (como o papa-moscas-do-paraíso) possam ser vistas, especialmente no início da manhã ou da noite.

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Durante a estadia, a dica é planejar um passeio pelos dois jardins orgânicos, que são a fonte para muitas das frutas, vegetais e ervas dos pratos deliciosos servidos no restaurante. Eu caminhei com um dos integrantes da equipe que me mostrou diversos tipos de pimenta, abacaxi e pitaia, além de árvores de lima, limão, manga e banana. Dependendo do seu interesse, você pode aprender sobre como alguns itens são utilizados medicinalmente. Eu descobri que umbrella fruit (uma fruta amarga) e melão de São Caetano são ótimos para o tratamento de diabetes, que uma oliveira nativa providencia as vitaminas necessárias para mulheres grávidas e que a mandioca é, muitas vezes, consumida como remédio para câncer.

Embora o restaurante sirva muitos pratos ocidentais, são os itens da fusão asiática que chamam a atenção em termos de revelação da diversidade de sabores no repertório culinário do Sri Lanka. O cardápio muda dependendo da estação, mas o croquete de caranguejo de água doce com o doce e apimentado molho de gengibre – um aperitivo do jantar – é um sucesso, assim como a lula infundida com vinho, confit de tomate e azeitona, micro ervas e queijo parmesão gratinado.

Sou um fã de peixes e frutos do mar e encontrei uma entrada elaborada com curry de peixe com mostarda e coco, arroz com açafrão, sambal (condimento baseado em malagueta), picles malaios e curry vegetariano – um dos destaques do cardápio. Curiosamente, sempre que o curry vegetariano estava incluso em uma entrada, oito ou nove pequenas tigelas eram colocadas na minha frente, cada uma delas com um vegetal, como berinjela, beterraba e folhas do dragoeiro. Eu nunca tinha provado a iguaria desse jeito antes. A berinjela ao curry estava agradavelmente quente e defumada, enquanto as beterrabas eram tentadoramente terrosas.

Felizmente, eu ainda tive espaço para a sobremesa. Vale a pena conferir os sabores raros e caseiros de sorvetes e sorbets – como cardamomo, pimenta e açúcar mascavo ou canela com caramelo. Com tantos abacaxis crescendo nos jardins da propriedade, eu obviamente escolhi o carpaccio feito da fruta com sal apimentado e praliné de caju, uma sobremesa de calor ameno e doçura que não decepcionou.

Para o café da manhã, em vez dos pratos ocidentais já conhecidos, como ovos Benedict ou rabanada, eu experimentei opções regionais em cada um dos dias. Coloquei um pouco de açúcar mascavo ou melaço sobre a coalhada de leite de búfala, que lembra um iogurte em termos de textura e sabor. Assim como no caso do iogurte, a coalhada varia, mas essa tinha um sabor equilibrado e não era muito azeda. Outra boa surpresa foram os egg hoppers: finas e crocantes panquecas feitas de farinha de arroz fermentada com um ovo, batizadas com o nome das panelas em que são preparadas. A cesta de pão que vem como acompanhamento estava recheada de assados caseiros, incluindo mini rolinhos de canela, muffins de chocolate e croissants. O prato de frutas e os sucos não poderiam ser mais frescos, afinal, são trazidos dos jardins do Wallawwa. Especialmente refrescante é a mistura de sucos de mamão, manga e abacaxi.

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Não importa se você prefere chá ou café, há uma abundância de escolhas: uma infusão de rosa e hibisco, favo de mel e gengibre e 10 outros tipos de chás, assim como grãos de café de El Salvador, Etiópia e de outros países.

Aqueles que reservam as mais caras suítes – que incluem jardins privativos – terão a chance de acordar em uma cama dossel com vista para o Éden, com limoeiros, abacateiros e arbustos floridos. Até o banheiro é impressionante, com o teto alto alto com clarabóia e uma espaçosa área de chuveiro aberta. Aproveite, ainda, a imensa Mountbatten Suite, que ostenta uma área com piscina em meio ao oásis de um jardim privado. A suíte leva o nome do Comandante Aliado Supremo do Sudeste Asiático na Segunda Guerra Mundial.

Ao contrário das áreas de piscina da maioria dos hotéis – especialmente aqueles próximos a aeroportos – o Wallawwa garante uma sensação de privacidade. A enorme piscina revestida de granito, cercada por plantas, não é visível até que você passe por um arco de folhagem. A tranquilidade é palpável nos convidados que aproveitam para se refrescar nas águas azuis ou simplesmente tomar sol nas espreguiçadeiras almofadadas. Pais com crianças pequenas ficam principalmente na área rasa da piscina. A equipe prestativa e acolhedora, capaz de fazer você se sentir parte da família, provavelmente vai perguntar se você deseja experimentar o sorbet do dia. O de limão é azedo, mas de um jeito agradável.

Todas as tardes, às 15h30, muitos hóspedes ficam na varanda, onde o chá preto local, cookies e bolos recém-assados são servidos. É difícil não exagerar nos mini cookies de gotas de chocolate e coco ou nas finas fatias do bolo de baunilha com cobertura amanteigada. Você notará nas mesas o tradicional jogo de tabuleiro de madeira do Sri Lanka, o carrom. E poderá querer assistir – ou participar – de um jogo de crochê no gramado bem cuidado. Ou, no salão ao lado, procurar por um dos muitos livros, como a “Architecture of Sri Lanka”, ou “The Rock and Wall Paintings of Sri Lanka”, para saber mais sobre o país.

Já que estar relaxado nunca é demais, os hóspedes podem se juntar para pelo menos um tratamento no spa durante a estadia. Situado em meio a um tranquilo pátio, o Z Spa tem um menu variado de serviços, que inclui até uma massagem infantil, uma dos cinco tipos oferecidos. A massagem principal leva uma mistura de chá preto, óleo de vetiver e pimenta preta. O Z Spa usa produtos Ophir, feitos à mão no Sri Lanka.

Eu sou fã de tratamentos de esfoliação e escolhi um que mistura chá verde com erva-cidreira e alecrim. O aroma foi inebriante. E o chuveiro ao ar livre, no qual duas pequenas árvores ficam de sentinela ao lado do caminho de pedra, foi incrível – assim como tudo no The Wallawwa.

Veja, na galeria de fotos abaixo, detalhes do luxuoso hotel no Sri Lanka:

Reprodução/Forbes
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