Estourar um espumante a 10 mil metros. Frequentar um spa que oferece tratamento com algas selvagens. Conseguir um upgrade automático para uma suíte mais sofisticada. A vida dos influenciadores digitais especializados em viagens parece puro luxo no Instagram e no Facebook. Os feeds são cheios de sessões fotográficas aparentemente improvisadas na folhagem do outono em Nova York ou com as pernas penduradas em bangalôs nas Maldivas.
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E, embora seja visível que muito esforço é dedicado para criar esses instantes selecionados, é inevitável nos perguntarmos qual era o trabalho desses influenciadores antes da fama? Como eles faziam para viajar, provando espaguete à bolonhesa na cidade universitária mais antiga do mundo em um dia e provando uma bebida caríssima no prédio mais alto do mundo no outro?
Veja, na galeria de imagens a seguir, 13 maneiras que alguns influenciadores encontraram para viabilizar suas viagens pelo mundo antes da fama:
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GettyImages 1. Procure um programa de ensino no exterior
A dica é da blogueira de viagens em tempo integral e apresentadora de TV, Oneika Raymond, que produz seu próprio conteúdo e comanda duas atrações no Travel Channel – “One Bag” e “You’re Out”. Ela já visitou mais de 100 países.
“Eu sempre digo às pessoas que estão interessadas em viajar a longo prazo para pensar seriamente em ensinar no exterior. Entrei pela primeira vez no mercado internacional de ensino quando participei do Teaching Assistant Program (Programa de Auxiliar de Ensino, em tradução livre), na França, em 2005. O pagamento não era alto – cerca de € 750 por mês -, mas o projeto me deu a oportunidade de viver na Riviera Francesa por um ano e viajar para países vizinhos”, lembra.
“Foi uma ótima introdução ao mundo das viagens pelo mundo e à experiência de ensinar, e me forneceu o incentivo que eu precisava para fazer mestrado em Educação no ensino do francês. Depois de concluir o mestrado, passei uma década ensinando artes francesas e idiomas em escolas estrangeiras no México, Hong Kong e Inglaterra. Foi isso que me permitiu viajar pelo mundo antes de me tornar uma blogueira em tempo integral.”
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GettyImages 2. Não tenha medo de fazer bicos
Oneika Raymond conta que, quando esteve em Nice, entrou em contato com famílias francesas locais e conseguiu trabalhos como babá para complementar a renda. “Outros empregos malucos que tive para financiar minhas viagens incluíram gravadora e cortadora de chaves, professora de inglês e de piano, assistente de entrada de dados em um banco, professora substituta e representante bilíngue de call center para uma empresa de cartão de crédito. Eu também trabalhei em um estande de whack-a-mole (jogo de bater na toupeira com um martelo) no carnaval durante um verão para que eu pudesse fazer alguns dólares e comprar uma passagem de avião”, lembra.
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GettyImages 3. Consiga viagens gratuitas com as compras de outras pessoas
A millennial Berna Anat criou uma série de vídeos sobre consultoria financeira para jovens chamada “Felicia’s Wallet”. Ela economizou o suficiente para largar seu emprego fixo em janeiro deste ano e, desde então, tem viajado o mundo sem dívidas.
“Antes de comprar uma passagem, aprendi que as empresas de cartão de crédito oferecem milhares de pontos de recompensa que podem ser convertidos em bilhete aéreo – mas é preciso que você gaste uma certa quantia primeiro. Eu não queria me endividar, então, em vez disso, usei alguns truques”, conta ela.
A jovem conta que passou a pagar todas as suas despesas com cartão, de maneira a aumentar a pontuação. Também pediu aos amigos que, quando fossem fazer compras de alto valor, usassem seu cartão e a reembolsassem via Venmo (aplicativo de transferência de dinheiro do PayPal). Também conseguiu pagar seus empréstimos estudantis com cartão de crédito. “Eu ganhei mais de 500.000 pontos de recompensa e voei para sete países diferentes este ano, inteiramente de graça.”
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GettyImages 4. Faça arte com suas finanças
“Eu peguei minhas velhas canetinhas e fiz cartazes para acompanhar minhas economias para viajar e os pagamentos dos empréstimos estudantis. Fazer esse controle de forma visual foi eficiente, além de muito divertido”, ensina Berna Anat.
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GettyImages 5. Faça depósitos automáticos com parte da sua renda mensal
Berna conta que não tinha grande disciplina financeira quando começou a economizar e ficou preocupada em invadir suas economias para fazer viagens. “Porém, assim que consegui um emprego com um salário regular, programei depósitos automáticos na poupança. Dessa forma, uma certa quantia do meu salário era diretamente destinada para uma conta dedicada a viagens, antes mesmo que eu tivesse acesso a esse dinheiro. Foi incrível ver minhas economias crescerem.”
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GettyImages 6. Solicite um visto de férias de trabalho
Uma das principais influenciadoras e cinegrafistas de viagens na plataforma YouTube, Nadine Sykora já produziu mais de 800 vídeos e tem mais de 40 milhões de visualizações. A paixão da influenciadora é contagiante e ela adora compartilhar suas experiências e conhecimento sobre viagens nas mídias sociais.
“Uma das maneiras que encontrei para financiar minha primeira viagem ao exterior foi com o programa de visto de férias de trabalho. O meu pedido foi feito para a Nova Zelândia. Lá, eu pude trabalhar e viajar ao mesmo tempo por até um ano. E não precisei fazer muita economia para começar, apenas o suficiente para uma passagem de ida e volta e um mês de custos previstos”, conta.
Nadine conta que, quando chegou a Auckland, sua nova colega de quarto sugeriu que ela se inscrevesse em uma agência de empregos por temporada onde ela própria trabalhava. “Tornei-me um trabalhadora temporária de meio período para financiar minhas viagens de final de semana ou de uma semana nos arredores da Nova Zelândia, Sudeste Asiático e China. Foi o início da minha carreira como influenciadora digital de viagens.”
A melhor parte das agências temporárias e dos trabalhos temporários, segundo ela, era que havia dezenas de outras opções que poderiam ser escolhidas sem qualquer compromisso de longo prazo. “Eu poderia assumir mais turnos se precisasse de mais dinheiro e, quando economizasse o suficiente, era hora de viajar.”
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GettyImages 7.Tenha uma reserva em dinheiro embaixo do colchão e faça trabalhos remotos
“Quando abandonei meu último emprego ‘de verdade’ na América corporativa, há cerca de cinco anos, guardei o máximo que pude embaixo do colchão, já que trabalharia por conta própria”, conta a influenciadora e premiada jornalista de viagens Liz Carlson, uma norte-americana que vive na Nova Zelândia e administra o principal blog de viagens feminino do mundo, o “Young Adventuress”.
“Naquela época, ser pago como um influenciador não era bem uma função. Tudo que precisei foi encontrar um emprego remoto. Peguei tantos trabalhos de freelancer e redação quanto pude. Também fui assistente virtual para outros grandes blogueiros e recorri às minhas economias nos meses mais apertados”, lembra.
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GettyImages 8. Trabalhe em troca de hospedagem
Essa é a dica da dupla Damon e Jo, conhecida pelos vídeos em diversos idiomas e aventuras selvagens. Eles estão por trás de um famoso canal de viagens no YouTube e fundaram sua própria empresa nômade digital, a Shut Up and Go.
“Antes de sermos influenciadores, íamos aos albergues das cidades que queríamos visitar e pedíamos camas em troca de prestação de serviços. Claro, não conseguimos dinheiro, mas também não gastávamos nada com hospedagem e ainda tínhamos um monte de histórias para contar. Em um determinado verão fizemos caipirinhas por três semanas para passar uma temporada épica em Lisboa”, lembram.
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GettyImages 9. Estipule um orçamento e não fuja dele
“Economizei da maneira antiga: com disciplina e escolhas inteligentes. Em vez de se estressar para encontrar novas maneiras de ganhar dinheiro, mantenha e aumente o que você já ganha atualmente. Crie um orçamento e realmente atenha-se a ele: foi assim que consegui economizar um pouco para poder viajar sozinha”, conta Lee Litumbe, o rosto e a voz por trás da plataforma criativa Spirited Pursuit.
A missão de Lee – uma camaronesa de nascimento criada nos Estados Unidos e nômade de coração – é publicar conteúdo de viagem inspirador e informativo. “Pense em quanto dinheiro você normalmente gasta comendo em restaurantes, comprando sapatos e roupas ou se divertindo em festas com amigos. Em seguida, comece a mudar seus hábitos de consumo. Limite-se a comer fora apenas uma vez por semana, convidar os amigos para a sua casa em vez de sair e escolher brechós caso você sinta um desejo incontrolável de fazer compras. Você ficará surpreso com quanto dinheiro pode economizar simplesmente policiando seus comportamentos”, diz a influenciadora, que atualmente viaja a longo prazo pela África.
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GettyImages 10. Encontre um emprego bem remunerado por um curto período de tempo
“Eu nunca tive que ‘poupar’ para viajar. Estive no exército por mais de dez anos e viajei bastante durante o serviço militar. Quando saí, encontrei-me em uma encruzilhada e decidi entrar no mundo das organizações sem fins lucrativos. Iniciei uma pequena fundação dedicada a ensinar crianças de baixa renda sobre viagens e fotografia. Ambas as coisas me ajudaram a escapar das armadilhas de uma educação ruim. No entanto, tivemos dificuldade em encontrar financiamento, pois muitas pessoas não achavam que valesse a pena, por causa da ideia de que “os negros não viajam”, conta o influencer Erick Prince, que já visitou 93 países.
“Decidi lutar contra a narrativa e, com meu diploma em educação ocupacional, encontrei um emprego no Departamento de Veículos Motorizados do Texas. Depois da entrevista, consegui um trabalho lucrativo para desenvolver todo o programa de treinamento educacional do zero”, conta Prince, dizendo que nunca foi bem em economizar. “Prefiro fazer meu dinheiro trabalhar no desenvolvimento das minhas habilidades. Eu aceitei esse emprego para economizar dinheiro para um ano de viagem. Consegui mais de US$ 11.000 somente com ele.”
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GettyImages 11. Desfaça-se de objetos sem uso
Depois de ter viajado pelo mundo, Kach Howe e seu marido são os escritores e empresários por trás dos blogs e dos sites “Two Monkeys Travel” e do “Mr and Mrs Howe”. Juntos, eles visitaram 80 países e sete continentes – incluindo a Antártica – e agora estão prestes a embarcar em sua maior aventura: viver e explorar os mares em um veleiro de 11 metros, o SV Empress.
“Quando eu defini que queria viajar a longo prazo, decidi ganhar dinheiro extra me desfazendo de algumas das minhas coisas. Escolhi o que vender com base em uma fórmula simples: o item ainda me entretém ou educa? Se ele não estivesse mais cumprindo sua função original por, pelo menos, dois meses, era vendido. Consegui cerca de US$ 8.000”, lembra Kach.
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GettyImages 12. Encontre um emprego lucrativo em um local menos concorrido
Kach Howe conta que quando decidiu, pela primeira vez, viajar e conhecer mais do mundo, já trabalhava no Kuwait, longe de sua casa nas Filipinas. “Em 2012 dei meu primeiro grande passo rumo a uma vida mais empolgante e me mudei para o Curdistão iraquiano para trabalhar em uma empresa de segurança privada na indústria de petróleo norte-americana. Foi esse trabalho e sua localização que me permitiram economizar mais de US$ 5.000 em apenas quatro meses. Este foi o meu orçamento inicial quando eu finalmente deixei o mundo corporativo para trás para mochilar no Sudeste Asiático com meus dois irmãos.”
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GettyImages 13. Adapte e diversifique seus negócios
O melhor conselho que Kach pode oferecer a quem quer arrecadar dinheiro para viajar é estar sempre disposto a adaptar-se e diversificar. “Depois de começar a viajar, tente ver cada novo local como uma oportunidade para experimentar coisas novas e ganhar habilidades. Mesmo se não for remunerado no começo, é possível abrir novas portas que você não tinha ideia de que estavam lá. Nos últimos cinco anos, ensinamos inglês no Vietnã, fomos instrutores de ioga e até dirigimos nosso próprio negócio de massagem terapêutica em Ayurveda no Peru.”
1. Procure um programa de ensino no exterior
A dica é da blogueira de viagens em tempo integral e apresentadora de TV, Oneika Raymond, que produz seu próprio conteúdo e comanda duas atrações no Travel Channel – “One Bag” e “You’re Out”. Ela já visitou mais de 100 países.
“Eu sempre digo às pessoas que estão interessadas em viajar a longo prazo para pensar seriamente em ensinar no exterior. Entrei pela primeira vez no mercado internacional de ensino quando participei do Teaching Assistant Program (Programa de Auxiliar de Ensino, em tradução livre), na França, em 2005. O pagamento não era alto – cerca de € 750 por mês -, mas o projeto me deu a oportunidade de viver na Riviera Francesa por um ano e viajar para países vizinhos”, lembra.
“Foi uma ótima introdução ao mundo das viagens pelo mundo e à experiência de ensinar, e me forneceu o incentivo que eu precisava para fazer mestrado em Educação no ensino do francês. Depois de concluir o mestrado, passei uma década ensinando artes francesas e idiomas em escolas estrangeiras no México, Hong Kong e Inglaterra. Foi isso que me permitiu viajar pelo mundo antes de me tornar uma blogueira em tempo integral.”