Como a tendência antiplástico vai avançar em 2020

27 de dezembro de 2019
Getty Images

Em 2020, serão tomadas diversas medidas a partir de negócios como lanchonetes, restaurantes independentes e empresas ferroviárias para eliminar o uso de plásticos

O mundo parece ter despertado para os perigos que os plásticos representam ao meio ambiente. Grandes empresas globais, de Starbucks a McDonald’s, tomaram medidas em 2019 a fim de reduzir diversos objetos plastificados, impulsionados por consumidores de “mente verde”.

Em alguns casos, as mudanças exigiram uma reformulação: a cadeia de fast food, por exemplo, descobriu que seus canudos de papel na Grã-Bretanha são particularmente difíceis de serem reciclados.

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Mas em 2020, você verá muitas outras medidas, de lanchonetes a restaurantes independentes, bem como grandes empresas de viagens, para eliminar o uso de plásticos.

O movimento antiplástico dos canudos realmente decolou neste ano e está se tornando a norma para restaurantes. E vários proprietários decidiram ir muito além.

Em setembro, conversei com Jeff Lewis, proprietário do Seafood Sam’s, um dos restaurantes mais populares de Cape Cod. Como relatei para o portal Skift, Lewis tomou uma decisão há três anos, a pedido de seu filho de 25 anos, de começar a eliminar descartáveis de seu estabelecimento em Sandwich, Massachusetts.

Ele recebe até 3.000 clientes por dia durante a alta temporada das férias de verão, com capacidade para 350 no interior e cem na parte de fora. Lewis sempre vendeu muitos mariscos e, claro, lagosta. Todavia, segundo ele, começou a parecer hipócrita servir frutos do mar com materiais que poderiam destruí-los.

Desse modo, o Seafood Sam’s começou a fazer alterações, como substituir os pratos de papel e utensílios de plástico por louças e talheres. Além disso, eliminaram os potes plásticos para a salada de repolho e passaram a servi-la nas próprias folhas do vegetal e trocaram os recipientes de transporte feitos de isopor por outros de papel.

Havia uma despesa inicial gerada pela louça, e alguns clientes não ficaram muito felizes com o processo de limpeza das mesas, diz Lewis. Mas a economia pôde ser feita de diversas formas e uma delas significante foi a coleta de lixo, que foi de grande ajuda visto que Sam costumava encher cinco lixeiras por semana. É possível até mesmo observar alguns clientes que levam seus próprios recipientes aos restaurantes para que eles mesmos possam empacotar suas sobras.

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Isso está provocando uma discussão no mundo da comida sobre a higiene desse costume, que pode funcionar para os clientes, mas não para os prestadores de serviço. Entretanto, alguns proprietários concordam com a ideia, se ela reduzir o uso de plásticos.

A redução do uso de objetos plastificados nos serviços de alimentação também está em destaque na Amtrak, que está abordando o assunto muito mais tarde do que sua concorrência global.

Empresas de trem no Canadá, Inglaterra, países da União Europeia e Índia já estão tratando do assunto de garrafas de água, canudos e sacolas plásticas, em resposta às proibições federais e movimentos para reduzir.

As ambições da Amtrak parecem relativamente modestas: uma meta de reciclagem de 20% até 2020, que diz estar em vias de alcançar. E os passageiros são a favor. Em uma pesquisa de 2018 com 12.250 pessoas, 69% disseram à empresa ferroviária que estavam pessoalmente interessados em reciclar. O problema é que a Amtrak nem sempre facilita isso. Deveria haver caixas de papelão para itens reciclados nos trens, mas elas nem sempre estão lá. Apenas 26% dos passageiros da pesquisa disseram que era fácil encontrar esses contêineres.

Ainda assim, a companhia ferroviária, agora administrada pelo ex-CEO da Delta Air Lines, Richard Anderson, está tentando. Como escrevi para a Skift, recentemente reuniu um grupo de estudantes e designers na Filadélfia para um workshop sobre maneiras de reduzir o uso de plásticos no atendimento dos passageiros. Eles sugeriram bentos (as marmitas japonesas), recipientes de alumínio e talheres de bambu.

Sem dúvida, quando os hotéis começarem eliminar os pequenos frascos de shampoo e condicionador e fornecerem aos clientes xícaras de café de porcelana em vez de descartáveis, a ênfase no meio ambiente se espalhará para muito além dos restaurantes.

Na Seafood Sam’s, Lewis diz que seus fornecedores estão agora buscando ideias de sustentabilidade. Uma que ele planeja experimentar no próximo ano é substituir canudos de papel por aqueles feitos de macarrão.

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