Henrique Fogaça fala sobre novo restaurante e aula em Paris

27 de janeiro de 2020

Chef Henrique Fogaça

Henrique Fogaça está animado com os planos para o futuro. O chef, que virou fenômeno da gastronomia após se tornar apresentador do reality show “MasterChef”, da Band, vai expandir seus negócios. Ainda não há detalhes, mas o apresentador vai abrir ainda neste ano em São Paulo uma unidade do Sal Grosso, sua famosa steakhouse inaugurada no Rio de Janeiro em 2019.

O ano ainda reserva uma esperada viagem à Europa. Em novembro de 2019, o chef recebeu no Sal –o restaurante que o alçou ao sucesso– do Shopping Cidade Jardim o premiado pâtissier François Perret, que fica à frente da confeitaria do Ritz na Plâce Vendôme, para um intercâmbio cultural entre as duas cozinhas. Segundo ele, a mistura é equilibrada, já que a sua culinária é conhecida por ser mais rústica e a pâtisserie francesa prima pela delicadeza. No segundo semestre, o chef brasileiro vai retribuir a visita, ministrando uma aula na Escola Escoffier no Ritz. “Estou ansioso”, diz, mesmo que ainda não tenha o conteúdo “fechado” da masterclass.

Divulgação

Henrique Fogaça ao lado de François Perret, o Pâtissier do Ritz

Pode ser que a delicadeza dite parte das incursões de Fogaça, conhecido pelo jeito “durão”, daqui para a frente. Inspirado pela filha Olívia, de 13 anos, ele pretende lançar um projeto baseado em minúcias e complexidade. “Ela veio ao mundo para me ensinar novos valores”, ele fala sobre a adolescente que sofre de um tipo raro de epilepsia. “A gente se perde na vida, as pessoas estão muito preocupadas em passar a perna umas nas outras, ter sucesso, não olhar para o lado. Ela me trouxe a sensibilidade, a compreensão de que a vida é simples, basta uma abraço sincero, olhar nos olhos”, conta. A proposta é traduzir tudo isso em comida, no restaurante que levará o nome da filha. “O Olívia terá uma culinária diferente, minuciosa e delicada, assim como ela é”.

Por enquanto, Fogaça colocou em compasso de espera a ideia de abrir restaurantes no exterior. Ele estava negociando a possibilidade de abrir uma unidade do Sal em Miami, mas parece ter mudado de foco. “Pretendo expandir para Portugal. Turismo em alta, país pequeno e com uma rica cultura gastronômica”, explica. Fogaça acredita que a rica diversidade do Brasil pode ser um grande aliado à expansão para o exterior. “A gringaiada fica toda de olho no Brasil, eles piram!”, diverte-se.

Trajetória

O chef celebridade começou a cozinhar porque, nas palavras dele, “não aguentava mais comer comida congelada”. Mais ou menos aos 27 anos ele telefonou para a avó pedindo uma receita e, desde então, nunca mais parou de cozinhar. Largou o emprego como bancário e abriu um food truck, com um sócio, chamado o Rei das Ruas. “O negócio se pagava, mas por inexperiência minha e dele, fechamos uns seis meses depois”, conta, relembrando seus primeiros passos no mercado gastronômico.

Depois de se formar em gastronomia, ele fez estágios em alguns restaurantes da capital paulistana, antes de “surgir a oportunidade de abrir um café aqui”, ele conta, apontando para o lugar onde a Forbes Brasil o entrevistou, a unidade do Sal da rua Minas Gerais, no bairro de Higienópolis. Era um lugar pequeno, um café aberto no espaço onde funcionava o acervo da galeria de arte que fica localizada no charmoso pátio onde está o restaurante. Fogaça administra hoje cinco restaurantes, sendo três unidades do Sal, o Sal Grosso e o bar Cão Véio.

Restaurante Sal do Cidade Jardim

A entrada na TV veio algum tempo depois, mas de maneira mais orgânica do que se pensa. “Um belo dia veio um pessoal aqui, sentaram em uma mesa do fundo e me convidaram para ir fazer um teste. Fui e três meses depois me chamaram para começar a gravar para ontem”, ri. Foi assim que começou a famosa parceria entre ele, a argentina Paola Carosella e o francês Erick Jacquin.

O programa, na opinião de Fogaça, traz uma nova cultura para o país, o despertar de uma curiosidade, de uma nova maneira de olhar para o ato de cozinhar. “O mais legal é a mudança que faz na vida das pessoas, na família, na cultura gastronômica do Brasil. As pessoas podem ver novas técnicas, ingredientes que nunca viram na vida, e isso transforma a vida das pessoas. A gastronomia tem esse poder de transformação, fez isso comigo”, finaliza.

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