Este ano, Andrea foi uma das vencedoras da categoria “Science In the Arts” na conferência Falling Walls. O evento anual realizado na Alemanha coincide com o aniversário da queda do Muro de Berlim e tem a missão de quebrar as barreiras entre a ciência e a sociedade.
Uma das técnicas exploradas por Andrea foi o uso de uma mistura de enzimas para pintar padrões em um material feito à base de pectina e quitosana, ao quebrar seletivamente algumas partes desse material. Em outro experimento, ela tratou blocos de madeira com moldes dos fungos Aspergillus niger e Trichoderma viride.
Por conta do processo de decomposição usado, as peças de Andrea não são estruturas permanentes. Mas isso nem é o mais interessante. “O projeto é mais sobre processo de design do que qualquer outra coisa”, afirma a artista. Ela explica que os designers normalmente procuram jeitos de padronizar os processos em uma produção comercial de peças feitas com biomateriais ou biologia sintética. “Mas qual o custo da padronização? Isso nos impede de fazer coisas que sejam prejudiciais ao planeta?”, pergunta. Em vez de focar no produto, Andrea está interessada nos processos circulares de decomposição e regeneração.
A inspiração para deixar organismos vivos dominarem o trabalho artístico veio de pinturas rupestres da Austrália Ocidental. Andrea conta o que mais a deixou fascinada: “Os pigmentos originais já não existem mais e essa comunidade de fungos e cianobactérias dominaram a pintura”. Esses organismos seguiram o mesmo padrão de pinceladas da pintura original e ela durou muito mais do que com os pigmentos tradicionais. “Estou interessada em decomposição, porque ela é parceira da renovação. E essa pintura mostra longevidade por se renovar constantemente”, diz.
Ao contrário da escultura de metal em Utah, dificilmente as peças de Andrea serão encontradas no ambiente anos após a instalação. Assim como a pintura rupestre australiana, essa arte será degradada e incorporada ao mundo ao seu redor.
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