O dinheiro de Gil veio dos diversos contratos publicitários que fechou. Segundo ele, Santander foi o mais rentável: o banco teria pago R$ 2 milhões para o ex-BBB aparecer em suas campanhas. Até agora, o economista de 30 anos foi contratado por mais de vinte marcas, como Vigor, iFood e Bis/Lacta, e emplacou um quadro no programa de Ana Maria Braga, em que fala de finanças.
A colega de BBB Sarah Andrade lançou a possibilidade de que ele teria faturado até mais que a vencedora Juliette. Gil diz achar difícil, “já que ela partiu de R$ 1,5 milhão”. “Eu fiz Motorola, ela fez Samsung; eu fiz Santander, ela fez Itaú; eu fiz Casas Bahia, ela fez Americanas. Até brinquei com ela, falei ‘amiga, a gente está só nos concorrentes’. Somos muito amigos, de fato, mas o peso e o valor da publicidade da Juliette estão atrelados com o grau de engajamento que ela tem. Eu também tenho, graças a Deus, mas você vê que o engajamento dela está diretamente relacionado com o número de seguidores. É um fenômeno. De verdade, não sei de valores, mas acredito que a Ju faturou muito mais do que eu.”
Gil tem 14,6 milhões seguidores no Instagram, contra 32,6 milhões de Juliette. Mas, mesmo que a amiga ganhe mais, Gil segue conquistando fama. Uma participação recente dele na première do filme “Eternals”, da Marvel, mostra que a Disney acertou ao convidá-lo. Ele apareceu em uma imagem de TV estrangeira e virou comentário internacional. “É uma honra ter convites como esse. Recebi convite também para participar do BrazilFoundation. Não vou poder agora por causa das provas, mas (eles) já deixaram claro que no próximo ano estou convidado novamente. É uma honra ser convidado para conhecer a Bolsa de Valores de Nova York. Estou vivendo de fato um conto de fadas.”
O Gil do Vigor “artista” fica sério, e vira o Gilberto Nogueira, quando fala de sua carreira em economia. Ele, que agora faz doutorado na área na UCDAVIS (Universidade da Califórnia, Davis campus) – de onde concedeu a entrevista -, diz se considerar um pesquisador acadêmico de sucesso, mas conta que faltaram oportunidades na área profissional no Brasil. “Fiz entrevista para trabalhar no Banco do Brasil e fui rejeitado. Queria ser estagiário e não me quiseram. Tentei vagas em consultorias, até de professores meus, e nunca fui selecionado. Na entrevista, normalmente as pessoas procuravam pessoas mais sérias. Você sabe o meu perfil. Eu sou doido, brinco, sou muito regozijado, muito da cachorrada.”
“Muita coisa mudou de um rapaz que não tinha oportunidade para um rapaz, hoje, que tem a sua voz ouvida e consegue utilizar as ferramentas que possui para atingir as pessoas e ajudar ou pelo menos influenciar de alguma forma para que o Brasil possa melhorar um pouquinho.”
Para o futuro, trabalha em duas frentes. Quer continuar investindo nas participações na TV e no mercado de influenciador digital, mas também faz planos para a carreira de economista. Conta que mantém o sonho de ser presidente do Banco Central – algo de que fala desde que saiu do BBB – ou trabalhar em um ministério. “A vida mudou, o Gil mudou, mas ainda assim preciso lembrar do que sou feito. Sou feito de educação, das minhas perspectivas, dos meus sonhos.”
O lado empreendedor aparece na busca pela concretização de suas ideias. “Acho que empreendedora é aquela pessoa que consegue inovar, ter ideias e colocar as coisas para a frente. Eu tenho a habilidade de ter ideias e colocar essas ideias para funcionar. Durante muito tempo não tive oportunidade nem recursos financeiros, acesso a crédito ou tempo para colocar as minhas ideias em prática. Agora, com um pouco mais de recurso financeiro, um pouco mais de acesso, vou conseguir mostrar para o Brasil que o Gil do Vigor empreendedor está aqui”, diz.
Para ele, os principais momentos da trajetória que o levaram à busca pelo sucesso profissional foram os aprendizados que teve na igreja e as orientações da mãe. “Ela dizia: ‘meu filho, consiga chegar a um nível de vida que precise apenas de você, não dependa dos outros’. Não no sentido arrogante, acho que na vida a gente precisa das outras pessoas, mas em termos de profissão, quando você não tem a sua autossuficiência, nunca vai ter aquela liberdade de fazer aquilo que ama, que quer, da forma como ama e como quer. Isso é muito importante”.
Em suas redes sociais, Gil do Vigor não esconde que sofreu um baque ao chegar aos Estados Unidos e se defrontar com tantas mudanças. “Não vou dizer que é fácil. Tem hora que quero ir embora para a minha casa. Digo: ‘que é que estou fazendo aqui neste local totalmente diferente de onde eu vim, do que eu amo fazer?’ É uma cultura diferente, um povo diferente, as pessoas não são como eu imaginava. As aulas não são como eu imaginava. Meus professores da UFPE são muito melhores. Tive professores melhores, minha qualificação é muito melhor. Digo isso sem medo nenhum.”
Uma das propostas, segundo ele, era para ganhar US$ 200 mil (R$ 1,1 milhão) por ano. “Você começa a ver que as oportunidades se abrem não só na mídia ou no mundo da influência digital, mas na carreira como economista, que eu estou construindo”, explica.
Em meio aos estudos e às provas, o economista se mostra empolgado para as rápidas férias de fim de ano no Brasil, em que tem vários compromissos profissionais marcados. “Chego ao Brasil em 10 de dezembro e já tem o que fazer nos dias 10, 11 e 12”, adianta. Até lá, separa o período da manhã dos sábados para trabalhar nas peças publicitárias.
“Estou muito grato por todo acesso à publicidade que tive, de alguma forma eternizado, porque uma coisa que eu queria muito era que as pessoas lembrassem de mim. Então, tem Gil do Vigor em tudo quanto é lugar. Mesmo que parem de falar, me esqueçam, daqui a dez ou vinte anos vou poder falar para a minha descendência: ‘olha, gente, está aqui na internet’. Vai estar sempre registrado, vou ter um legado para mostrar.”
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