Com investimento de R$ 100 milhões, Audi retoma produção local do Q3

29 de junho de 2022
Foto: Divulgação

Os modelos escolhidos na retomada da fabricação nacional são os novos Audi Q3 e o Audi Q3 Sportback

A Audi oficializou hoje (29) a retomada da produção em sua fábrica de São José dos Pinhais, no Paraná. Por ora, saem de lá os modelos Q3 e Q3 Sportback. Há um compromisso da empresa de montar os modelos localmente até 2030.

“Para todos nós da Audi do Brasil é um dia histórico”, disse Daniel Rojas, CEO da Audi do Brasil, durante a cerimônia de reinauguração da planta. “A Audi tem uma relação sólida e duradoura com o Brasil, e mesmo após a interrupção das operações no último ano, sempre acreditamos no potencial de recuperação e crescimento do país”, avaliou o executivo.

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Os modelos serão fabricados no modelo SKD (Semi Knocked Down), com peças vindas desmontadas da Hungria e montadas aqui. “Esse sistema faz muito sentido para nós, pois é muito eficiente para baixos volumes”, justifica Rojas.

O investimento para reativar a produção local foi de R$ 100 milhões, destinados a novos maquinários, ferramentais, equipamentos de controle de qualidade e sistemas de tecnologia da informação e infraestrutura logística. O montante se soma aos R$ 446 milhões já investidos pela marca desde a criação do Inovar-Auto, em 2012. Com isso, na última década a montadora já acumula mais de meio bilhão de reais investidos em sua fábrica no país.

Destaque nesta nova fase é a produção, pela primeira vez na América Latina, da tração integral Quattro, característica essencial dos modelos da Audi. Segundo a empresa, inicialmente a fábrica terá capacidade produtiva de quatro mil veículos por ano, destinados apenas ao mercado interno.

Terceira tentativa

A jornada da Audi no Brasil começa em novembro de 1993, quando a Senna Import (do tricampeão de Fórmula 1 Ayrton Senna) se torna o representante oficial da marca alemã no País. Em 1999, a primeira geração do A3 começou a ser produzida em uma planta dedicada ao modelo – esta mesma que começa a fabricar agora Q3 e Q3 Sportback.

Em 2006, um ano após assumir o controle total da operação brasileira, a Audi decidiu interromper a produção local do A3.

Quando o governo Dilma Rousseff instituiu o Inovar-Auto (Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores, em vigor de 2013 a 2017), a Audi resolveu reativar a linha de montagem – novamente para fabricar o A3, então em sua terceira geração, na carroceria sedã e até agora o único modelo com motor flex feito pela Audi em todo o mundo.

Em 2016, um ano após o início da produção do A3 Sedan, se juntou à linha de montagem o Q3, então em sua primeira geração. A fabricação do SUV seguiu até 2019; a do A3 Sedan foi até 2020.

Além do fim de ciclo dos dois modelos, alegou-se que o fechamento (anunciado como temporário) se deu porque o Governo Federal não devolveu à empresa os créditos de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) previstos no programa Inovar-Auto.

No final do ano passado, a Audi anunciou que retomaria a produção no Brasil. Agora, o compromisso da empresa é montar os modelos localmente até 2030.

Como anda

Foto: Divulgação

Os modelos serão fabricados no modelo SKD (Semi Knocked Down), com peças vindas desmontadas da Hungria e montadas aqui

Forbes Motors já experimentou o Q3 Sportback, em um test-drive de aproximadamente 300 quilômetros entre São Paulo e Paraty, no Rio de Janeiro.

Foi o bastante para descobrir qualidades como arrancadas e retomadas vigorosas, garantidas pelo motor 2.0 turbo, de 231 cv e 34,7 kgfm de torque, acoplado a um câmbio automático de oito marchas de funcionamento impecável, tanto em velocidades moderadas quanto quando exigido de modo mais dinâmico.

No interior, há fartura de espaço para os ocupantes da frente, boa lista de equipamentos e uma atmosfera de luxo sóbria e moderna. Não há excessos para impor sofisticação, predicado que parece intrínseco ao Q3 Sportback.

O único senão é que, por conta do estilo cupê, a caída da coluna C pode interferir no conforto de passageiros mais altos que viajem no banco traseiro.

O preço segue a tendência de alta do mercado e não pode ser classificado de competitivo: R$ 315.990 – que não será reduzido por conta da produção local.

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