No entanto, o que faltou em pontualidade à resposta de Rock, mais do que compensou em brutalidade – desta vez usando palavras, não punhos. E a Netflix foi a maior beneficiada.
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Talvez mais importante no cenário geral tenha sido o fato de que deu à Netflix uma grande vitória na guerra das plataformas de streaming, que estão evoluindo para outra fase pós-pandemia, à medida que as pessoas reduzem suas assinaturas.
Especialistas do setor dizem que a Netflix apostou no especial do Rock na hora certa e acreditam que haverá um aumento no conteúdo ao vivo e socialmente relevante da empresa e de seus concorrentes.
“Esperamos ver mais programação ao vivo em todos os streamers, incluindo Netflix – esportes, eventos ao vivo, música, festivais etc.”, diz Linda Ong, CEO e fundadora da CULTIQUE, consultoria cultural estratégica. “Além disso, a programação ao vivo é muito amigável para os anunciantes, um elemento-chave à medida que a Netflix cria sua oferta de planos mais baratos com publicidade.”
O especial gerou exatamente o tipo de buzz-builder que a Netflix provavelmente imaginou quando anunciou a atração.
“Do ponto de vista cultural, o burburinho por si só não tem preço – desde o momento (uma semana antes do Oscar, próximo ao aniversário de um ano do tapa) até o talento versado em controvérsia (a apresentação de Chris Rock certamente ofenderá as pessoas) e a ‘eventualização’ do especial pela Netflix, com conteúdo pré e pós-show. Espere ver muita conversa por muito tempo”, diz Ong. “Além disso, Chris Rock ficou quieto desde o Oscar do ano passado, então há uma demanda reprimida para ouvir sua opinião.”
Ela diz que a Netflix deve ficar satisfeita com o resultado, mesmo que o especial em si não quebre nenhum recorde de audiência. É mais sobre a percepção de relevância e buzz, o que pode ajudar um streamer a se destacar em um ambiente concorrido, onde players de segundo nível, como Paramount+, estão ganhando terreno .
*Toni Fitzgerald é uma colaboradora da Forbes USA. Ela escreve sobre televisão e outras mídias.