Mais de 15 anos se passariam até que Vergara tivesse a chance de provar seu talento para o papel. Esta hora chegou agora em janeiro, quando a atriz estrela a minissérie de seis episódios da Netflix, “Griselda” – e é difícil acreditar que este seja seu primeiro papel dramático como atriz.
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“Griselda” é produzida e criada pelo showrunner de “Narcos” e “Narcos: México”, Eric Newman, e abrange a vida da traficante no submundo de Miami nas décadas de 1970 e 80, quando ela ascendeu ao topo da indústria do tráfico dominada por homens.
Na época, no entanto, Vergara era classificada apenas como uma atriz na categoria de comédia – extremamente bem-sucedida, inclusive com inúmeras indicações a prêmios e um aumento salarial que a catapultou para o topo da elite de Hollywood. Apesar de seu sucesso, ela ansiava por desafiar suas habilidades de atuação.
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Alguns anos se passaram e a história de Blanco chamou novamente a atenção de Vergara ao ler sobre ela em uma revista, durante um voo. A atriz arrancou as páginas e guardou o artigo, relendo-o várias vezes. Foi então que ela começou a pesquisar sobre Blanco, examinando registros públicos e conversando com pessoas que a conheciam. Ela ficou fascinada.
Ela também percebeu que podia se identificar com Blanco de algumas maneiras: “Eu sou colombiana como ela. Sou mãe como ela… uma imigrante. Eu faria qualquer coisa pela minha família. Então, havia muitas coisas que no início eu podia entender. Comecei a me identificar com ela, mas tive que me conter e dizer, ‘Espere, não esqueça que essa mulher se tornou um monstro.’ Então, havia coisas que eu admirava nela… coisas que ela fez sozinha ao criar quatro filhos. Ela não tinha educação, fugiu do abuso, de uma infância horrível. Era impossível naquela época. Esse negócio era apenas para homens”.
Foram essas características que deixaram Vergara interessada em Griselda. Mas com um porém: “Eu sabia que não poderíamos romantizá-la ou torná-la uma heroína porque ela não era. No final, Griselda Blanco acabou fazendo coisas horríveis e prejudicando sua família, seus filhos, e tudo ao seu redor.”
Blanco era uma hábil empresária acusada de realizar coisas deploráveis. Seus inimigos não viviam muito tempo após cruzar seu caminho. Ela supostamente matou centenas de pessoas durante seu tempo como senhora do tráfico e ganhou alguns apelidos: “A Madrinha da Cocaína” e “A Viúva Negra”.
“Ela estava determinada. Esse é sempre o melhor ponto de partida quando alguém vai assumir um risco criativo como esse, porque, claro, é um risco. Quando você é conhecido por uma coisa e ousa fazer algo diferente, sempre há o risco de que não vá funcionar.”
Além de enfrentar o drama em vez da comédia, Vergara teve que acertar o visual. Ela passou mais de três horas se preparando a cada dia de filmagem. A chefe do departamento de maquiagem, Angela Nogaro, e sua equipe tiveram muito trabalho. Próteses faciais, perucas e maquiagem foram necessários para deixá-la pronta para entrar no personagem.
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“A comédia é tão difícil, e pessoas que são ótimas nisso como Sofía fazem parecer fácil”, afirma Newton. “Fiquei emocionado que ela me escolheu e foi uma honra fazer parte dessa incrível transformação que vai surpreender as pessoas. Nunca tive uma única dúvida de que ela poderia fazer isso.”
“Eu tive!”, ela ri. Quando perguntada sobre a trajetória de sua carreira no futuro, Vergara diz que está aberta. “Eu tento não planejar muito à frente. Gosto de ir jogando conforme as coisas acontecem.”