Mercedes-Benz vê demanda para 3 mil ônibus elétricos no Brasil

13 de julho de 2022
Athit Perawongmetha/Reuters

Símbolo da Mercedes-Benz

A Mercedes-Benz estimou hoje (13) uma demanda de ônibus elétricos no Brasil da ordem de 3 mil veículos até 2024, a maior parte rodando em transporte urbano na cidade de São Paulo, cuja prefeitura pretende ter 2.600 veículos eletrificados em operação até lá.

Para 2023, a expectativa da marca é de um mercado nacional com demanda para mais de 1.000 ônibus elétricos.

A companhia deve começar a montar seu primeiro ônibus elétrico no Brasil no final deste ano, entre novembro e dezembro, afirmou o diretor de vendas do segmento Walter Barbosa, a jornalistas. Com isso, a empresa vai começar a competir no segmento com rivais asiáticos que já atuam no país como a BYD e importadores.

O veículo da Mercedes-Benz é chamado de EO500U e chegará ao mercado nacional em 2023, com autonomia para 250 quilômetros e capacidade para 84 passageiros. O investimento no projeto somou 100 milhões de reais. A autonomia poderá ser ampliada para cerca de 300 quilômetros, se dois packs de bateria adicionais forem acrescentados aos quatro que já virão com o veículo.

Segundo o executivo, o ônibus elétrico poderá ter baterias recarregadas em 2,5 e 3 horas e será equipado com dois motores no total de 340 cavalos de força. Ele não informou o valor do veículo, mas afirmou que um ônibus elétrico custa de três a 3,5 vezes mais que sua versão movida a diesel.

Para o mercado total de ônibus do Brasil neste ano, Barbosa estimou licenciamentos de entre 17 mil e 21 mil unidades, a depender da capacidade das fábricas conseguirem contornar os problemas com escassez de autopeças que atinge o setor automotivo há meses.

De janeiro ao fim de junho, as vendas de ônibus no Brasil somaram 7,3 mil unidades, queda de 3% sobre um ano antes, segundo dados da associação de montadoras, Anfavea. Os elétricos somaram 425 unidades.

Em 2021, as vendas totais de ônibus no Brasil foram de 14 mil unidades, praticamente estável sobre 2020.

“Ano passado foi sofrido, com poucos clientes podendo e querendo comprar. Este ano está completamente diferente, os clientes estão querendo comprar”, disse Barbosa.