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Explica, em parte, por que um leilão da RM Sotheby´s – realizado no último domingo (10) num prédio modernista assinado pelo escritório suíço Herzog & de Meuron e localizado em South Beach, Miami (EUA) – movimentou US$ 40 milhões (R$ 212,7 milhões na cotação atual) oferecendo majoritariamente superesportivos dos anos 1980, 1990 e 2000 – o que se convém chamar no antigomobilismo de neoclássicos. Ou youngtimers.
O mais caro foi uma Ferrari F50 de 1995, arrematada por US$ 5.395.000 (R$ 28.598.895). Não se trata de qualquer F50, é verdade: das 349 produzidas é a oitava e registra no odômetro nada além de 1.000 quilômetros, divididos entre dois proprietários. Nas costas do motorista reside um 4.7 V12, de 520 cv.
Na sequência aparece um Bugatti Chiron Sport 2019, vendido por US$ 3.305.000 (R$ 17.519.805), acompanhado por outros três ícones da categoria neoclássicos: Ferrari F40 1990 (US$ 3.250.000 / R$ 17.228.250), Ferrari Enzo 2003 (US$ 3.195.000 / R$ 16.936.695) e Porsche 959 SC 1988 (US$ 2.920.000 / R$ 15.478.920).
Dos 58 carros ofertados, apenas cinco (Ferrari 365 GTS/4 Daytona Spider by Scaglietti, Ferrari 365 GT4 BB by Scaglietti, Ferrari 512 BB, Jaguar E-Type Series 3 V12 Roadster e BMW Alpina B6 2.8) emergiram dos anos 1970.
Corrobora, em parte, uma pesquisa divulgada em 2020 pela Hagerty que contrariava o senso comum: as gerações Y (aquela de pessoas nascidas entre 1981 e 1996) e Z (1996 a 2010) se interessam, sim, por veículos clássicos, sendo os tipos de motoristas com mais probabilidade de ter ou querer um antigo do que seus pais e avós.
Cerca de 10 mil motoristas dos EUA foram abordados pela seguradora americana. Que à época anotou: 25% dos Millennials, como também são chamados os indivíduos da geração Y, alegaram ter um carro clássico. Entre os das eras Z, X (surgidos entre 1965 e 1979) e Baby Boomers (1946 e 1964), 22%, 19% e 13% declararam o mesmo, respectivamente. No Brasil, a idade média do antigomobilista é de 52 anos.
De volta à assembleia da FIVA, Bresters encerrou o evento otimista: “acredito que o movimento histórico de veículos tem mais motivos para otimismo do que em qualquer outro momento do passado recente”.