A reformulação de 2023, dizem os executivos de marketing da Toyota, é uma tentativa de atrair compradores mais novos e modernos com um visual esportivo, sem afastar a base de compradores do Prius: famílias jovens, motoristas de aplicativos de carona e idosos com ninhos vazios, todos buscando eficiência e valor. O Prius perdeu seu status de híbrido mais vendido em 2019 e não se recuperou, com os números de vendas no último ano mais baixos do que nunca.
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Com 14 veículos híbridos, híbridos plug-in e elétricos na linha Toyota (com mais por vir), o Prius “desempenha um papel diferente daquela do passado”, disse Lisa Materazzo, vice-presidente de Marketing da Toyota North America. Portanto, ele não está tentando recuperar sua coroa.
Durante uma prévia para a mídia norte-americana, colocamos as versões de tração dianteira e integral do novo Prius à prova em estradas do sul da Califórnia.
As aparências enganam
Quando estacionado lado a lado com o modelo 2022 que agora se aposenta, o novo Prius, à primeira vista, parece ser muito mais limpo e aerodinâmico. Na realidade, os dois são muito parecidos. Satoki Oya, engenheiro-chefe do Prius, disse que o modelo 2023 na verdade tem um coeficiente de arrasto um pouco maior do que seu antecessor, mas o estreante tem menos área frontal e largura de banda de rodagem mais estreita em relação ao diâmetro do pneu, o que reduz a resistência de rodagem.
Baseado em uma nova plataforma, o novo Prius traz suspensão mais rígida e maior distância entre os eixos, para mais conforto dos viajantes do banco traseiro.
Ele também recebe um sistema híbrido mais potente, com um motor 2.0 a gasolina de 150 cv no lugar do 1.8 de 96 cv, além de uma bateria de íons de lítio 14% mais potente do que nos modelos anteriores; o propulsor elétrico ficou 56% mais potente, alcançando agora 111 cv.
O resultado é um aumento de 60% na potência total: 194 cv, ou 196 cv na versão de tração integral, que conta com um motor em cada eixo, contra 121 cv nas versões dianteira e integral da linha 2022.
Na estrada
No seco, não há muita diferença entre as versões de tração dianteira e integral. A diferença de potência é insignificante e o revisado sistema eletrônico de tração nas quatro rodas, que adiciona um motor elétrico mais potente no eixo traseiro para permitir a divisão do torque nas curvas, provavelmente fará sua presença ser mais sentida na neve ou em estradas molhadas.
Em ambas as configurações o rodar é mais firme, com menos rolagem da carroceria nas curvas. A direção é responsiva e a frenagem é linear, mas sem muita maciez à medida que transita de regenerativa para mecânica. Os acabamentos XLE e Limited levam rodas de 19 polegadas, enquanto o básico LE está montado sobre unidades de 17 polegadas. Isso tudo serve para tornar o Prius um carro agradável de dirigir, mas nada além disso.
A economia de combustível sempre foi o principal argumento de venda do Prius. Apesar do aumento maciço na potência, o LE (com tração dianteira) deve entregar até 24,2 km/l, de acordo com estimativas da Toyota. Esse é o melhor ponto do Prius. Nas versões de topo, com tração nas quatro rodas, o consumo ainda é de excelentes 20,8 km/l na combinação entre os usos rodoviário e urbano.
Interior, Tecnologia e Segurança
A nova cabine é moderna e mais premium do que a dos modelos anteriores. Há toques sofisticados, incluindo uma fina barra de luz embutida no painel inferior que não apenas adiciona um destaque colorido, mas também serve a um propósito: pisca para deixar um motorista distraído em um cruzamento saber que o carro à frente começou a se mover.
O painel de instrumentos agora fica em um compartimento próprio, diretamente na linha de visão do motorista, uma grande melhoria em relação à tela central da geração atual. E os bancos (com ajuste elétrico para o motorista) suportam bem o corpo e são confortáveis, embora um pouco mais finos e firmes do que nas gerações anteriores.
O armazenamento de objetos na cabine é adequado, com destaque para um slot no console central que abriga o telefone no carregador sem fio, recurso padrão nas configurações superiores.
O Prius 2023 também vem com o abrangente conjunto Toyota Safety Sense 3.0, de recursos avançados de segurança e assistência ao motorista. Que inclui controle de cruzeiro adaptativo, prevenção de colisão frontal com detecção de pedestres, alerta de saída de faixa e assistência de manutenção de faixa e uma função de parada de emergência que pode parar o carro com segurança se o motorista deixar de responder.
Os acabamentos LE e XLE recebem uma tela sensível ao toque padrão de 8 polegadas e sistema de áudio; o acabamento superior recebe uma tela de 12,3 polegadas e áudio JBL premium. Todos têm uma tela de 7 polegadas destinada ao motorista.
O porta-malas comporta 566 litros, o que é bom se comparado à maioria dos sedãs pequenos e médios, mas muito menos do que os 775 litros que o modelo anterior oferecia.
O modelo 2023 ainda é espaçoso em seus planos horizontais – o espaço extra para as pernas em comparação com o modelo 2022 é de 2,5 cm na frente e 3,8 cm na parte traseira, e há 3,3 cm a mais de espaço para os quadris nos bancos dianteiros. Porém, o espaço para a cabeça caiu consideravelmente: os ocupantes mais altos podem encontrar seus penteados colidindo com o teto.
A maioria dos compradores não deverá notar a redução da capacidade interna, mas pode ser um choque para alguns daqueles que planejam trocar um Prius antigo pelo novo.
Visualmente, os objetivos da Toyota parecem ter sido alcançados. O Prius 2023 é incrivelmente bonito, até um pouco elegante – pela primeira vez em um modelo anteriormente marcado por um design exterior irregular – e seu interior é tão bem esculpido quanto o exterior. Ao mesmo tempo, não há nada sobre o novo Prius que deva ser desagradável para a maioria dos proprietários do Prius de hoje.
Conclusão
Embora o Prius 2023 não seja o mais espaçoso, rápido ou utilitário dos pequenos híbridos do mercado hoje, ele mantém sua eficiência de combustível líder da classe e apresenta um novo visual atraente que deveria ser um atrativo por si só.
Longe do Brasil
Nos EUA, o modelo acaba de desembarcar nas concessionárias, partindo de US$ 28.545 na versão LE.
A Toyota afirma que, no mercado brasileiro, não há perspectivas de comercializá-lo novamente. “O Prius foi muito importante para a marca introduzir a tecnologia híbrida no país e preparar o terreno paro híbrido flex, no caso o Corolla. Ele cumpriu bem essa função. Mas, nesse momento, ele não está sendo considerado em nossos planos”, esclarece a marca japonesa.