Ferrari domina ranking dos carros clássicos mais caros do mundo; veja lista

16 de novembro de 2023
Foto: Jeremy Cliff / RM Sotheby´s

Ferrari 330 LM / 250 GTO 1962 estreia na segunda posição dos clássicos mais caros

A estreia da terceira 250 GTO no ranking dos clássicos mais caros do mundo não apenas reafirma que esta é a Ferrari definitiva. O que talvez tenha surpreendido mais é o fato de que nem mesmo uma troca de motores (heresia para colecionadores exigentes) ofusca o brilho da equipe oficial de automobilismo da marca italiana.

Formada em 1929 como o braço de competição da conterrânea Alfa Romeo, a Scuderia Ferrari ganhou vida própria depois da Segunda Guerra Mundial, aí sim com carros projetados pela equipe de engenheiros escalada pelo próprio Enzo Ferrari.

  • Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida.

Cria-se agora a expectativa: o que terá de especial a próxima 250 GTO digna de embaralhar novamente o ranking? E quem poderá desbancar o provavelmente inalcançável Mercedes-Benz 300 SLR “Uhlenhaut Coupe”?

Afinal, US$ 91.295.000 ainda separam o agora segundo clássico mais caro do mundo do primeiro.

Mercedes-Benz 300 SLR “Uhlenhaut Coupe” 1955: US$ 143.000.000

(RM Sotheby’s, 2022)

Um dos dois Mercedes-Benz 300 SLR Uhlenhaut Coupé 1955 existentes foi leiloado, em maio, no Mercedes-Benz Museum, em Stuttgart (Alemanha). Foram convidados a participar do leilão apenas clientes da marca e colecionadores internacionais de carros e arte “que compartilham os valores corporativos da Mercedes-Benz”, explicou a casa de leilões canadense.

Baseado no W 196 R, carro de corrida que conquistou dois campeonatos mundiais com Juan Manual Fangio ao volante, este 300 SLR era especial porque, além de existir apenas mais um igual a ele, fora o carro de uso pessoal de Rudolf Uhlenhaut, o engenheiro que criou o modelo. Equipado com um motor 3.0 de oito cilindros que o levava aos 290 km/h, foi um dos mais rápidos de sua geração. Pertencia à Mercedes desde sempre e marcava pouco mais de 6.000 quilômetros.

“É razoável dizer que ninguém jamais imaginou que este carro seria colocado à venda. Palavras não podem realmente fazer justiça à importância e significado desta venda”, disse à época Peter Wallman, Chairman da RM Sotheby’s.

De acordo com Marcus Breitschwerdt, chefe do Mercedes-Benz Heritage, “o comprador concordou que o 300 SLR Uhlenhaut Coupé permanecerá acessível para exibição pública em ocasiões especiais, enquanto o segundo exemplar permanece na propriedade da empresa e continuará a ser exibido no Mercedes-Benz Museum”.

Foto: RM Sotheby's / Divulgação

Mercedes-Benz 300 SLR “Uhlenhaut Coupe” 1955

Ferrari 330 LM / 250 GTO by Scaglietti 1962: US$ 51,705,000

(RM Sotheby’s, 2023)

Descrito pela casa de leilões RM Sotheby’s como “The One”, o exemplar recém-leiloado é o único da linhagem GTO que pertenceu à própria Scuderia Ferrari. Todos as outras unidades da 250 GTO foram vendidas a e pilotadas por outras equipes de automobilismo.

“O chassi número 3765 é o único exemplar Works GTO que foi originalmente equipado com um motor de 4 litros. Este motor foi construído com a arquitetura Colombo, mas com uma cilindrada aumentada para quase quatro litros, e nesta versão em particular foi convertido para lubrificação por cárter seco e ajustado com carburadores e árvores de comando especiais”, explica a RM Sotheby’s.

Foto: Jeremy Cliff / RM Sotheby´s

Ferrari 330 LM / 250 GTO 1962 estreia na segunda posição dos clássicos mais caros16

Ferrari 250 GTO by Scaglietti 1962: US$ 48.405.000

(RM Sotheby’s, 2018)

Num leilão conduzido pelo pentacampeão das 24 Horas de Le Mans Derek Bell, esta Ferrari removeu do trono a 250 GTO anterior após três colecionadores disputarem por dez minutos quem pagaria mais por um carro muito semelhante, mas que fora o carro de testes de Phil Hill e, apesar de competir em 20 corridas, nunca tenha se envolvido em um acidente.

O vencedor também achou que valia desembolsar US$ 10 milhões a mais pelo mesmo modelo por este exemplar ter sido a terceira 250 GTO produzida e por ter mais de 95% das peças com as quais saiu da fábrica de Maranello, em abril de 1962. A carroceria esculpida pela Carrozzeria Scaglietti – com spoiler traseiro aparafusado e lâmpadas indicadoras de direção abaixo dos faróis – abrigava na parte frontal um motor V12.

Foto: RM Sotheby's / Divulgação

Ferrari 250 GTO by Scaglietti 1962

Ferrari 250 GTO Berlinetta 1962: US$ 38.115.000

(Bonhams, 2014)

Por quatro anos, esta Ferrari foi o carro mais caro já comercializado em um leilão. Concebida para disputar o campeonato mundial de carros Gran Turismo de 1963 – o qual venceu –, foi a 15ª 250 GTO produzida e pertenceu à mesma família por 49 anos.

Na época, o montante despendido no esportivo leiloado pela Bonhams equivalia a R$ 123,9 milhões – hoje, são R$ 204,2 milhões. Além de um poderoso motor 3.0 V12, tem no currículo o fator da raridade, pois apenas 39 foram construídas.

Foto: Bonhams / Divulgação

Ferrari 250 GTO Berlinetta 1962

Ferrari 335 Sport Scaglietti 1957: US$ 35.700.000

(Artcurial, 2016)

A raridade de quatro unidades fabricadas e a vitória no Grande Prêmio de Cuba de 1958, com Stirling Moss ao volante, põem este clássico na lista. No currículo, um monte de corridas: 12 Horas de Sebring, Mille Miglia e Le Mans estão entre as mais famosas.

Antes do leilão, pertenceu por 40 anos a um único colecionador, que chegou a construir uma pista em sua propriedade para desfrutar do carro – e de seu motor 4.0 V12 – tranquilamente.

Foto: Artcurial / Divulgação

Ferrari 335 Sport Scaglietti 1957

Mercedes-Benz W196 1954: US$ 29.650.000

(Bonhams, 2013)

Dizer que esse exemplar foi o bólido que vencera os GPs da Alemanha e da Suíça em 1954, guiado por ninguém menos do que o argentino pentacampeão de Fórmula 1 Juan Manuel Fangio, dispensa qualquer outra apresentação. Mas aqui vai mais uma: seu motor de 2,5 litros, de oito cilindros em linha, foi o primeiro a contar com injeção de combustível na F-1, abrindo grande vantagem para os motores carburados dominantes.

Foto: Bonhams / Divulgação

Mercedes-Benz W196 1954

Ferrari 290 MM 1956: US$ 28.050.000

(RM Sotheby’s, 2015)

Criada para Fangio disputar a edição de 1956 da lendária Mille Miglia, a terceira etapa do World Sportscar Championship, à época um campeonato tão importante quanto o da F-1. Chegou a ser o carro mais caro já comercializado em Nova York e o mais caro de 2015. Apenas quatro unidades foram construídas e este é o chassi número 0626.

Foto: RM Sotheby's / Divulgação

Ferrari 290 MM 1956

Ferrari GTB/4 S N.A.R.T. Spider by Scaglietti 1967: US$ 27.500.000

(RM Sotheby’s, 2013)

Para promover a Ferrari nos EUA, no fim dos anos 1950, o importador Luigi Chinetti – longevo parceiro de Enzo Ferrari – criou o North American Racing Team (NART), que funcionava como um fornecedor de carros de corrida para gentleman drivers ávidos por campeonatos locais. Fez tanto sucesso que a fabricante italiana passou a aceitar encomendas especiais da 275 GTB/4.

Totalmente restaurado, este é um dos dez exemplares fabricados. Curiosidade: apareceu no filme The Thomas Crown Affair (1968), com Steve McQueen ao volante.

Foto: RM Sotheby's / Divulgação

Ferrari GTB/4 S N.A.R.T. Spider by Scaglietti 1967

Ferrari 275 GTB/C Speciale by Scaglietti 1964: US$ 26.400.000

(RM Sotheby’s, 2014)

Para a leiloeira, essa 275 GTB/C, número de chassis 06701, “é um carro cuja inclusão nestas páginas quase certamente nunca mais acontecerá, particularmente porque seus dois carros ‘irmãos’ provavelmente não existem mais”.

Este é um dos três protótipos construídos pela Ferrari para homologar seu novo carro de corrida, a 275 GTB, cuja missão era desafiar o Ford GT40 e o Shelby Cobra Daytona nas 24 Horas de Le Mans de 1965. Foi o primeiro modelo da marca a contar com suspensão traseira independente; o motor é um V12 de 320 cv e o câmbio é manual, de cinco marchas.

Foto: RM Sotheby's / Divulgação

Ferrari 275 GTB/C Speciale by Scaglietti 1964

Aston Martin DBR1 1956: US$ 22.550.000

(RM Sotheby’s, 2017)

Mais um clássico de competição guiado por Sir Stirling Moss, considerado o maior dos pilotos sem um título mundial de F-1. Ao ser arrematado por tal quantia, o primeiro dos cinco DBR1 construídos entre 1956 e 1958 se tornou o mais valioso automóvel britânico já comercializado.

Foto: RM Sotheby's / Divulgação

Aston Martin DBR1 1956