Delegação de clínicas privadas do Brasil vai à Índia negociar compra de vacina contra Covid-19

4 de janeiro de 2021
Catherine Falls Commercial/Getty Images

A expectativa é de que 5 milhões de doses da Covaxin cheguem ao Brasil em meados de março para serem vendidas pelas clínicas privadas

Uma delegação da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) embarca hoje (4) à Índia para negociar a compra de 5 milhões de doses de uma potencial vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela indiana Bharat Biotech para ser comercializada por clínicas privadas no país, disse a entidade em nota.

A candidata a vacina Covaxin ainda não tem pedido de registro junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a agência reguladora informou, também em nota, que o potencial imunizante não se enquadra no processo de submissão contínua estabelecido pelo órgão regulador para acelerar o registro de uma vacina, precisando portanto seguir o trâmite padrão.

LEIA MAIS: Reino Unido é primeiro país a aplicar vacina da AstraZeneca em corrida para conter Covid

De acordo com o presidente da ABCVAC, Geraldo Barbosa, que liderará a delegação da entidade na viagem à Índia para conhecer a fábrica da Bharat, já há um memorando de entendimento da associação, que afirma representar 70% das clínicas privadas do Brasil, e a fabricante indiana.

“Essa deve ser a primeira vacina disponível para o mercado privado brasileiro, por meio de um MOU (sigla em inglês para memorando de entendimento) assinado com a ABCVAC”, afirmou Barbosa, segundo a nota.

A expectativa é de que 5 milhões de doses da Covaxin cheguem ao Brasil em meados de março para serem vendidas pelas clínicas privadas.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, tem o Programa Nacional de Imunização (PNI), o maior programa público e gratuito de vacinação do mundo. Representantes da Bharat se reuniram recentemente com o Ministério da Saúde com vistas a fornecer a potencial vacina ao PNI.

“Inicialmente a notícia era de que as clínicas privadas brasileiras não teriam doses disponíveis, porém, com a entrada desse novo player no mercado, tivemos a oportunidade de negociação. Estamos muito felizes em ter a chance real de contribuir com o governo na cobertura vacinal, utilizando da saúde suplementar para desafogar os gastos públicos”, disse o presidente da ABCVAC.

Em nota, a Anvisa afirmou que a Covaxin não se enquadra no processo de submissão contínua para registro de vacinas contra Covid-19 no Brasil, pelo qual os laboratórios entregam documentos à agência conforme se tornam disponíveis com o objetivo de acelerar o processo de análise, pois a candidata a vacina indiana não passa por estudos clínicos no Brasil.

VEJA TAMBÉM: Anvisa aprova importação de 2 milhões de doses de vacina contra a Covid-19 pela Fiocruz

“A Gerência Geral de Medicamentos da Anvisa já entrou em contato com representantes do laboratório no Brasil e se colocou à disposição para realizar uma reunião e prestar esclarecimentos”, disse a Anvisa na nota ontem (3).

“Ao mesmo tempo, a Assessoria Internacional da Anvisa está em contato com a autoridade sanitária da Índia. Informações preliminares indicam que essa empresa tem um estudo clínico fase 3, em condução na Índia.”

No sábado (2), a Covaxin obteve recomendação de uso emergencial pelas autoridades indianas e está passando por testes clínicos em Fase 3 no país, com 26 mil voluntários.

A candidata a vacina da Bharat usa a tecnologia de vírus inativado e, de acordo a ABCVAC, pode ser armazenada em temperatura de 2 graus a 8 graus Celsius. De acordo com a entidade, a projeção é que a vacina aplicada em duas doses tenha validade de 24 meses contra a Covid-19. (Com Reuters)

Siga FORBES Brasil nas redes sociais:

Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn

Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão

Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.

Tenha também a Forbes no Google Notícias.