Até o momento, segundo os pesquisadores, as alterações encontradas ainda não caracterizam a formação de uma nova linhagem do Sars-CoV-2, uma vez que poucos genomas apresentam as alterações, mas ressaltaram que é preciso permanecer com o monitoramento genômico para acompanhar se essas alterações aumentarão de frequência.
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Atualmente o Brasil tem quatro variantes principais do coronavírus em circulação. Uma delas, a P.1, originada no Amazonas, é considerada uma variante de preocupação devido à maior transmissibilidade e capacidade de escapar de anticorpos de infecções anteriores pelo coronavírus, o que tem colaborado para uma explosão de casos no país.
“O novo coronavírus está continuamente se adaptando e, com isso, propiciando o surgimento de novas variantes de preocupação e de interesse com alterações na proteína Spike”, disse a virologista Paola Cristina Resende, que atua como coordenadora da curadoria da plataforma genômica internacional Gisaid no Brasil.
As mutações detectadas ocorreram na proteína Spike, que é associada à capacidade de entrada do patógeno nas células humanas e é um dos principais alvos dos anticorpos produzidos pelo organismo para bloquear o vírus.
De acordo com os pesquisadores, as novas mutações detectadas nas linhagens do coronavírus no país estão em linha com evoluções do vírus ocorridas em outras cepas. Segundo os cientistas, a acumulação em sequência de mutações observadas no Brasil muito se assemelha ao padrão observado com a variante originada na África do Sul.
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“Os pesquisadores da Rede Genômica Fiocruz alertam que os achados destacam a necessidade urgente de ampliação da vacinação e de implementação de medidas farmacológicas eficazes, visando a mitigação da transmissão comunitária e o surgimento de variantes mais transmissíveis”, disse a Fiocruz em nota.
Desde o início da pandemia o Brasil conseguiu sequenciar pouco mais 5.500 amostras, segundo a Fiocruz, em um total de mais de 12 milhões de casos confirmados da doença. O Reino Unido, que lidera o mundo em sequenciamento do vírus, sequenciou mais de 362 mil amostras, em um universo bem menor de casos totais, com 4,2 milhões. (Com Reuters)
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