Um comprimido oral para combater a Covid-19 pode estar disponível no mercado até o final de 2021, disse hoje (27) o CEO da Pfizer, Albert Bourla, à “CNBC”, observando que o tratamento deve ser também eficaz contra as novas variantes do vírus.
Questionado sobre uma reportagem publicada ontem (26) no “Telegraph”, onde foram relatos testes com adultos dos Estados Unidos e da Bélgica que ingeriam pílulas destinadas a fornecer uma “cura” para o coronavírus, Bourla reconheceu que a Pfizer está “trabalhando nesse tipo de terapia”.
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O CEO explicou que a empresa está testando dois antivirais, um injetado por via intravenosa e outro por via oral.
Ele observou, entretanto, que a farmacêutica está se concentrando na opção oral, já que ela evitaria que novos pacientes buscassem um hospital ou outro prestador de serviço na área de saúde para obter o tratamento.
Ser capaz de se tratar em casa contra o SARS-CoV-2 seria uma “virada de jogo”, de acordo com Bourla.
Quando questionado sobre o que ele achava ser um prazo razoável para a pílula passar pelos testes da Fase 3 e ser disponibilizada no mercado, o executivo respondeu: “Se tudo correr bem … espero que até o final do ano”.
Ele acrescentou que a empresa planeja fornecer uma atualização detalhada da terapia nos próximos meses.
A Pfizer anunciou no final do mês passado que havia iniciado os testes clínicos da Fase 1 da droga, chamada PF-07321332. Sua eficácia se deve aos inibidores de proteínas que se ligam às enzimas virais, impedindo que o vírus se replique na célula. “Combater a pandemia da Covid-19 requer prevenção por meio de vacina e tratamento direcionado para aqueles que contraem o vírus”, disse Mikael Dolsten, diretor científico da Pfizer, em um comunicado à imprensa.
“Dada a forma como o SARS-CoV-2 está em mutação e o impacto global contínuo do vírus, parece que será fundamental ter acesso a opções terapêuticas agora e depois da pandemia.” De acordo com a farmacêutica, os inibidores da proteína têm se mostrado eficazes no combate a outros patógenos virais, como HIV e hepatite C.
Durante a entrevista de hoje, Bourla também falou sobre a necessidade de que as nações pobres tenham maior acesso às vacinas. “Em uma pandemia, você está tão protegido quanto seu vizinho”, disse. “Então, deixando de lado as questões morais, se não formos capazes de fornecer soluções para países que lidam com surtos mortais, como Índia e África, essas nações se tornarão um tubo de ensaio onde o vírus se replicará e gerará variantes.”
Bourla disse também que a Pfizer produzirá pelo menos 2,5 bilhões de doses de sua vacina este ano, o que equivale a 3 bilhões de doses em uma base anual.
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