Vacina contra Covid-19 da Janssen pode aumentar risco de distúrbio neurológico raro, alerta FDA

12 de julho de 2021
Lucy Nicholson/Reuters

Agência reguladora norte-americana relatou a elevação no número de casos da síndrome de Guillain-Barré

A agência reguladora sanitária norte-americana FDA (Administração de Alimentos e Medicamento, na sigla em português) deve lançar um alerta sobre a vacina desenvolvida pela Johnson & Johnson contra a Covid-19. De acordo com relatórios, o imunizante da Janssen, braço farmacêutico da J&J, está associado ao aumento de casos de uma doença neurológica rara chamada síndrome de Guillain-Barré. 

A condição é extremamente rara, mas a vacina da Johnson & Johnson pode aumentar em até cinco vezes as chances de desenvolvimento da doença, de acordo com o “The New York Times”. 

LEIA MAIS: Fiocruz descumprirá prazo de entrega de 100 milhões de doses de vacina em julho

Para mais de 12 milhões de doses da vacina administradas nos Estados Unidos, cerca de 100 novos casos de síndrome de Guillain-Barré foram identificados.

A condição neurológica faz com que o próprio sistema imunológico de uma pessoa danifique os nervos, levando a danos musculares e, em casos raros, até paralisia e morte. A maioria das pessoas, no entanto, se recupera totalmente do quadro em um período que varia de semanas a alguns anos.

De acordo com o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças, na sigla em português), a maioria dos casos ligados à vacina ocorreram em homens com 50 anos ou mais, com os sintomas geralmente aparecendo três semanas após a vacinação.

O “The New York Times” afirma que um homem de 57 anos que já havia sofrido um ataque cardíaco e um derrame supostamente morreu da síndrome após receber a vacina da Johnson & Johnson.

Fato surpreendente

Não é apenas a vacina da Covid-19 que oferece riscos em relação à síndrome de Guillain-Barré. De acordo com o CDC, o desenvolvimento da doença parece ser um efeito colateral muito raro presente em quase qualquer infecção viral, incluindo vacinas contra a gripe, que chegam a causar até dois casos da síndrome para cada milhão de  doses administradas.

Em épocas convencionais, 0,001% da população norte-americana desenvolve a síndrome de Guillain-Barré por ano, segundo as estatísticas do CDC.

VEJA TAMBÉM: Aliança global de vacinas Gavi espera que Índia retome exportações neste trimestre

Ao contrário das outras duas vacinas contra a Covid-19 aprovadas nos EUA – Pfizer e Moderna – o imunizante da Johnson & Johnson enfrentou problemas regulatórios significativos. Em 13 de abril, o governo federal recomendou uma pausa nas vacinações, enquanto as autoridades de saúde investigavam alguns raros problemas de coagulação do sangue relacionados à vacina. Depois de decidir que os benefícios da injeção superavam em muito o risco mínimo de complicações, os reguladores liberaram a medicação apenas dez dias depois.

A pausa no início do ano levou a uma queda perceptível na confiança dos norte-americanos na vacina. As últimas más notícias, provavelmente, aumentarão o número de cidadãos que está hesitante sobre a imunização, uma vez que parte da população segue preocupada com os potenciais efeitos colaterais. Da mesma forma, a situação não é boa para as autoridades que estão preocupadas com a variante Delta, cepa que atualmente domina os Estados Unidos.


Siga FORBES Brasil nas redes sociais:

Facebook
Twitter
Instagram
YouTube
LinkedIn

Siga Forbes Money no Telegram e tenha acesso a notícias do mercado financeiro em primeira mão

Baixe o app da Forbes Brasil na Play Store e na App Store.

Tenha também a Forbes no Google Notícias.